O cardápio do almoço desta segunda-feira (7) terá o listão de Tite. Enquanto você estiver trinchando o seu bife ou devorando um fornido prato de arroz e feijão ficará conhecendo os 26 nomes convocados pelo técnico para ir ao Catar buscar o Hexa. Há poucos espaços para surpresas. Assim como há poucas vagas em aberto. Na sexta-feira (4), a comissão técnica se reuniu na CBF para definir os nomes. Pode ser que a rodada do fim de semana ainda provoque alguma mudança, mas convenhamos que dificilmente um domingo iluminado substituirá quatro anos de suor.
Essa quase certeza de quem serão os convocados é mérito de Tite. O ciclo completo proporcionou montar com critério um grupo de cerca de 50 jogadores, de onde sairão os convocados. É o tal "rarar de Tite". Há uma renovação muito evidente. Apenas 10 nomes presentes na Rússia há quatro anos estarão no Catar. Poderão ser 11, caso o técnico aposte em Philippe Coutinho. O que é pouco provável, apesar de ele ser da confiança do técnico. Coutinho, aliás, é um daqueles casos que um domingo iluminado pode levá-lo ao Mundial. Participou de 12 jogos pelo Aston Villa na Premier League. Foi titular na metade deles. Não gol nem deu assistência. Ou seja, parece nas sombras neste momento.
A perda de terreno de Coutinho é a evidência da renovação promovida por Tite do meio para a frente. Se a defesa manteve seis dos 10 remanescentes, o setor ofensivo ganhou nomes e caras novas. A Seleção titular, podem apostar, terá uma defesa cascuda e uma legião de guris em torno de Neymar. Alguns com projeção de que começam no Catar uma trajetória com, pelo menos, mais duas Copas, se nada ocorrer no caminho. Ninguém discorda que Vini Júnior, Rodrygo, Raphinha e Paquetá têm uma longa estrada ainda.
Tite conseguiu equilibrar, em três anos, sendo um deles de pandemia, mudar a cara da Seleção. Há jovens talentosos e que curtem a ansiedade da primeira Copa, mas há também "tios" que segurarão a onda caso o frio na barriga de alguns deles passem do ponto.
O time dos cascudos tem tudo para ganhar um jogador que, embora não tenha feito um ciclo de alto nível, chegará ao Oriente Médio para comandar o vestiário e funcionar como uma espécie de termômetro de Neymar. Falo de Daniel Alves. Depois da passagem opaca pelo Pumas-MEX, ele se enfurnou no CT do Barcelona e passou a treinar com o time B. Não faria isso se não tivesse o sinal de que estaria na Copa. Assim, numa Seleção que teve um trabalho feito com capricho e máxima eficiência, está longe de surpreender que a cara nova seja a mais conhecida desse vestiário verde e amarelo.