A punição ao Grêmio em um momento decisivo da Série B mostra o quanto o clube precisa se sentar e discutir sua relação com suas organizadas. Há uma eleição chegando, haverá uma nova gestão a partir de 2023, um novo ciclo. Portanto, chegou a hora de definir novas diretrizes, novas regras, com cadastramento mais abrangente, sistema de vigilância mais aprofundado.
Não é mais possível tolerar e aceitar que o mesmo setor esteja sempre envolvido nas confusões no estádio do Grêmio. Foi assim no ataque ao VAR, na reta final da luta contra o rebaixamento, em 2021, e agora, na hora decisiva da Série B. Em 2021, foram três jogos sem torcida e mais sete com a arquibancada norte interditada. Agora, os três últimos jogos de 2022 terão de ser fora da Arena.
O torcedor, e é compreensível, acusa o STJD de perseguição, mede punições com episódios recentes, resgata os acontecimentos no Beira-Rio no Gauchão, como a pedrada no ônibus da delegação e o celular atirado no volante Lucas Silva. Porém, há algo no qual bato muito aqui nesse espaço: é preciso cuidar da imagem do clube.
Há reincidência, e ela pesa na hora de tomar uma decisão. Cabe recurso à punição de perda de mando de três jogos e multa de R$ 100 mil. É possível reverter. Mas vejam o quanto isso desvia o foco e rouba energia do clube em um momento em que toda sua força teria de estar concentrada na busca pelas vitórias que faltam para subir.
Ao associado, fica a dica. O próximo presidente, para levar seu voto, precisa apresentar um claro e objetivo plano de relacionamento com suas organizadas. E, evidentemente, um plano de ação para evitar que ela siga causando danos ao time.