Passa despercebido pelo torcedor, mas é muito provável que a Era pós-Edenilson esteja começando na noite desta quarta-feira (28), no Beira-Rio. Mano Menezes cogita escalar um Inter sem o meio-campista, mesmo que Johnny esteja de fora, voltando da seleção dos EUA. Até a partida contra o Atlético-GO, era certeza de que o substituto natural fosse Edenilson. Porém, a formação com De Pena sendo esse jogador de armação que parte mais de trás sinaliza mais uma descida na hierarquia de um jogador que, nessa época do ano em 2021, estava cotado a ir para a Copa do Mundo.
Mano deve montar o time com Gabriel e De Pena numa primeira linha de meio, Pedro Henrique, Alan Patrick e Mauricio mais à frente. No encaixe de peças que é a montagem de uma equipe, PH voltaria ao lado direito para ocupar o espaço à frente de Igor Gomes. Alan será o meia central e Mauricio formará dobradinha com Renê na esquerda.
Ou seja, uma formação sem Edenilson. Há de juntar as peças para montar esse contexto. Contra o Atlético-GO, ele esteve abaixo. Foi discreto, no máximo cumpridor. Em determinado momento, as câmeras captaram o som de um Mano Menezes irascível com seu meio-campista, cobrando-o que se apresentasse mais para o jogo de deixasse de atuar numa zona morta do campo. Dias depois, em entrevista ao programa Jogo Aberto, da Band SP, Mano revelou uma conversa com Edenilson, em que esse relatou o desejo de encerrar seu ciclo no Beira-Rio ao final da temporada. Mesmo que tenha contrato até o final do ano.
Depois de seis temporadas, em que ajudou na reconstrução de um Inter que voltou da Série B e foi protagonista em momentos importantes, como nos vices da Copa do Brasil e do Brasileirão, Edenilson paga o preço da exaustão de uma relação. Por estar nesse momento em que o clube patinou e passou em branco nos títulos, acabou sendo o alvo dessa carência da torcida.
Não foi pela presença de Edenilson que os títulos deixaram de vir. Pelo contrário, foi pela contribuição dele que eles estiveram muito perto de serem alcançados. Só que o tempo é impiedoso. Ao mesmo tempo em que nos ensina, também nos esgota e fadiga as relações. Me parece ser esse o caso de Edenilson com o Inter. Seu rendimento fraco em campo também é fruto disso. E também de episódios fora do campo que mexem com a cabeça de qualquer um, em qualquer área. O somatório disso deve se cristalizar nesta noite, no começo da era pós-Edenilson.