Renato quebrou a rotina e convocou uma entrevista coletiva para rebater as críticas de que seu time treina pouco. A resposta, na pergunta feita com elegância e contundência na mesma medida pelo colega Filipe Duarte, aqui de GZH, tentou justificar o injustificável. Por isso, acabou pontuada por uma manobra diversionista do técnico, ao centrar seu discurso em Tiago Nunes, seu sucessor no clube em 2021. Não à toa, até porque as declarações de Tiago, em participações em podcasts, de que herdou um Grêmio de Renato, no qual os jogadores complementavam o trabalho com jogos de futevôlei.
A resposta de Renato foi dura. E entende-se, afinal, seu trabalho acabou exposto, e ele rebateu. Assim como desidratou a declaração do ex-goleiro César, do Flamengo, que revelou em entrevista que, na passagem do técnico pelo clube carioca, os jogadores sentiram falta de um aprofundamento tático no dia a dia.
O fato é que esses dois pontos da entrevista acabaram empurrando para segundo plano o principal ponto de discussão, que é sua opção por aliviar a carga de treinos.
O Grêmio terá fechado nove dias sem jogos entre a vitória sobre o Sport e o confronto com o Sampaio Corrêa. Nesse período, a rigor, fez um treino técnico mais forte, para encaminhar o time, o realizado nesta terça-feira (27).
Não se condena aqui a folga do fim de semana. Jogador não é máquina, faz parte da preparação a recuperação mental. O que se questiona é o pouco trabalho técnico de um time com problemas técnicos. O pouco tempo de campo com jogadores jovens que precisam começar a ser melhor observados.
Mais, a ausência de Renato na sexta-feira. Em um trabalho que está apenas começando, é fundamental o técnico aproveitar cada minuto com os jogadores. Renato já demorou três dias para chegar e comandou o time de forma remota contra o Vila Nova. É isso que se questiona.
Por outro lado, fica claro que o técnico definiu como estratégia buscar os pontos do acesso nos jogos como mandante. É neles que centra suas energias. Para esse objetivo, é suficiente. Porém, para o Grêmio, como um todo, é pouco.