O nome, para nós, soa até estranho. Mas o batismo do Colo-Colo diz muito sobre sua origem e explica também sua condição de clube do povo no país de Neruda e Isabel Allende — e de Figueroa, para os colorados.
O Colo-Colo foi fundado em abril de 1925, por um grupo de jogadores que, descontentes, haviam deixado o Deportivo Magallanes. Atletas que dividiam suas rotinas como professores, eles buscavam um nome que refletisse uma identificação com o país.
Era um momento de resgate de orgulho no Chile, pela nova constituição e pela criação do Banco Central. Um fenômeno que ocorria em vizinhos e proporcionou o surgimento de alguns Independientes e Nacionais.
Os professores buscaram, então, na história o nome de um líder mapuche, povo indígena que representa a maior etnia chilena e que habitava a Patagônia. Colo-Colo era um líder conhecido naquele começo do século passado. Tinha as características não de um guerreiro, como são os mapuche, mas de um sábio, um ancião respeitado por sua capacidade de resolver conflitos.
Pesquisadores da história do clube aprofundaram seus estudos e buscaram a origem do batismo do líder mapuche. Há quem diga ser homenagem ao "gato colo colo", um felino da região central do Chile. Outros sustentam a versão de que o líder se disfarçava em uma roupa feita com a pele do gato.
Enfim, são os caminhos da história. O fato é que, na origem do nome do rival desta noite, há DNA mapuche, índios valentes e lutadores, e sapiência de um ancião. Uma combinação e tanto para um duelo eliminatório. Fica a dica para o Inter.