Daniel Pavan encerrou, nesta segunda-feira, 27 anos de trajetória no Inter. Foram 15 nas categorias de base e os últimos 12 no grupo principal. Quem conversou com o preparador, encontrou-o ainda atordoado com a notícia da demissão. Para Pavan, a justificativa da sua saída, dada pelo executivo William Thomas, foi de oxigenação de algumas áreas do vestiário e uma decisão institucional.
Nos bastidores do clube, porém, as informações dão conta de uma mudança por decisão técnica. Pavan passou por técnicos como Miguel Ángel Ramírez e Cacique Medina, que tentaram trazer seus treinadores de goleiros, mas ouviram a negativa do clube pela qualidade do profissional que havia no vestiário. Porém, neste novo momento, com um novo comando de vestiário, a decisão foi de fazer troca.
Mesmo que se negue, as falhas pontuais de Daniel nesta temporada pesaram. A direção pretende que Marquinhos Trocourt siga no cargo. Marquinhos, auxiliar de Taffarel na Seleção, veio indicado por Pavan. Pela relação de amizade entre eles, a tendência é de que peça para sair também.
O fato é que o Inter começa a mostrar, de forma mais pública, ao seu torcedor a nova gestão do seu departamento de futebol. Havia um plano da gestão Alessandro Barcellos de deixar o poder decisório com executivos e tornar o vice-presidente político apenas uma figura que fizesse a interlocução entre o vestiário e o conselho de gestão. Ele se tornou tão acessório que, passadas mais de duas semanas, o cargo segue vago depois da saída de Emílio Papaléo Zin.
O comando hoje está nas mãos do executivo William Thomas e do diretor técnico Paulo Autuori, ambos apresentados em abril. Passados três meses, eles passaram a modificar nomes do vestiário. Além de Pavan, foram demitidos o médico Rodrigo Hoffmeister, o fisiologista Felipe Irala o fisioterapeuta Guilherme Bergamo. Nenhuma mudança teve motivação financeira. Foram, isso sim, decisão dos novos dirigentes remunerados.