Houve entrega, disposição e muita transpiração. Isso foi uma amostra de reação depois de jogos marcados pela apatia e por um conformismo diante das dificuldades. O empate em 0 a 0, ao menos, mostrou uma face diferente do time, suficiente para dar sobrevida a Roger Machado e evitar que um furacão engolisse o técnico e o departamento de futebol inteiro.
Porém, a campanha faz com que se siga o estado de alerta. São cinco rodadas sem vencer. O que dá mais de 30 dias com quatro empates e apenas um gol. São números que evidenciam uma dificuldade imensa do Grêmio nesta travessia na Série B e mostram que o acesso exigirá uma melhora muito substancial no rendimento e, principalmente, na construção ofensiva da equipe. Afinal, se não fizer gols, não vencerá. É o básico da equação do futebol.
Saiu vivo de São Januário
O Vasco está longe de ser uma máquina. Pode ser classificado como um time organizado, com cada jogador muito bem instruído sobre o que fazer. Aliado a isso, é esforçado e devotado na marcação. Os extremas, Gabriel Pec e Figueiredo, são obedientes e fecham os dois corredores. Os dois volantes, o garoto Andrey, 18 anos, e Yuri, mordem o tempo todo. Todos suam para dar suporte a Nenê, que aos 40 anos sobra ainda na Série B.
Pois para segurar esse Vasco o Grêmio transpirou como ainda não havia feito nesta Série B. As entradas de Kannemann e Edilson deixaram o time mais musculoso e tarimbado.
Edilson fez um jogo na bola e nos nervos. Levou vantagem nesse último. No primeiro tempo, depois de um susto no início, o Grêmio dominou. Chegou bem à frente, foi liso pela esquerda, com Biel e Nicolas, e saiu para o intervalo com as melhores chances. No segundo, porém, Roger trocou Benítez, apagado, por Janderson. Deu campo ao Vasco e apostou numa marcação de linha de cinco, com quatro à frente dela. O Vasco cresceu. Mas sem contundência.
Porém, à medida em que titulares iriam cansando, o Grêmio foi perdendo força. Palacios entrou bem no Vasco e passou a criar perigo. Até que, aos 48, acertou a trave. Foi a senha para Roger respirar aliviado. Havia saído vivo de São Januário. Mas precisará, já a partir de terça, contra o Novorizontino, de cada gota de suor derramada contra o Vasco. Só com esse empenho é que será possível chegar até a janela de julho.