O Grêmio é o justo campeão gaúcho de 2022. Soube como jogar a fase decisiva e teve em Roger Machado o seu grande nome. Ele soube ler rapidamente as limitações e potencializar as virtudes de um grupo que ainda estava abalado pela queda à Segunda Divisão. Pela mão do seu técnico e com uma forma de segura de jogar, o Grêmio comemorou o penta e inflou o peito de confiança para buscar o grande objetivo da temporada, que é fazer o caminho de volta o seu lugar, a elite do Brasileirão.
A final contra o Ypiranga retratou bem o que foi este Grêmio remontado por Roger. Mesmo diante de 43,8 mil torcedores e com uma atmosfera altamente favorável, manteve-se agarrado à sua ideia. Em nenhum momento abandonou uma estratégia de marcar, fechar espaços e forçar o erro do adversário. Quando teve a bola, jogou de forma agressiva e vertical.
Roger contou para isso com algumas individualidades que representam bem esse Grêmio reconstruído para curar as feridas de 2021. Geromel voltou a jogar bem protegido e a ser um zagueiro seguro. Villasanti, reposicionado, virou um cão de guarda de jogo elaborado. Bittello, 22 anos e cinco jogos como titular, é o símbolo de um time que começa a ser montado. Joga fácil com a bola e faz difícil a vida dos adversários sem ela. Campaz, reconfigurado por Roger, virou um jogador mais coletivo. Na frente, Elias foi decisivo como extrema e não baixou o nível como centroavante.
O título gaúcho mostra que Roger encontrou um norte. Há um longo caminho a seguir e muito ainda a ser agregado ao time, tanto em reforços quanto em variação na forma de jogar. O que parece estar claro no ambiente interno. A entrevista concedida por Geromel na sexta-feira mostrou que o Grêmio sabe que o Gauchão não é o fim, apenas o começo de um percurso que tem muitas curvas pela frente. Porém, cumpri-lo com o gosto doce de um título ajuda bastante, principalmente, por trazer para a mesma trincheira um torcedor que será fundamental para cumprir o caminho de volta à Primeira Divisão.