Há um elo muito forte que liga o Inter a Mano Menezes. A iminente contratação do técnico para substituir Cacique Medina tem como ponte Paulo Autuori, o coordenador técnico recém empossado. A relação entre Autuori e Mano começou há exatos 25 anos. 

O gaúcho fez um estágio no Cruzeiro em 1997, no qual teve as portas abertas por um Autuori que encaminhava o time que seria campeão da Libertadores naquele ano. No domingo, Mano conversou por telefone com Alessandro Barcellos. 

Nesta segunda, estava marcada reunião com Barcellos, Emílio Papaleo, Autuori e o novo executivo, William Thomas. Mas houve conversa com Autuori e Thomas, para alinhamento de projeto e ideias de futebol. A reunião com os dirigentes políticos acabou reagendada.  

A relação de mestre e estagiário já foi tratada por Autuori e Mano em entrevistas. Mano havia feito um bom trabalho no Guarani-VA, em seu começo como treinador de um time principal, e tinha como centroavante Caio Júnior. Caio havia sido comandado por Autuori na passagem pelo Vitória de Guimarães, e os dois se tornaram grandes amigos. 

Ao final das competições naquele 1997, Mano decidiu que era momento de buscar mais conhecimento e pediu a Caio Júnior que interviesse junto ao seu amigo famoso para que o acolhesse na Toca da Raposa. O que aconteceu dias depois.

Autuori lembra até hoje a forma como conheceu Mano sem nunca terem se visto. O gaúcho se hospedou em um hotel na região central de Belo Horizonte, no trajeto que o então técnico do Cruzeiro costumava passar para ir à Toca da Raposa. 

Combinaram que Mano esperaria em uma rotatória para pegar uma carona. Segundo Autuori, não houve como errar: o sujeito loiro com uma pasta embaixo do braço postado na beira da calçada só podia ser mesmo o amigo gaúcho de Caio Júnior.

As caronas se seguiram no período em que Mano permaneceu em Belo Horizonte e, com a rotina de observação no dia a dia do Cruzeiro, sedimentaram uma amizade que permanece forte até hoje. Depois daquele trabalho no Guarani-VA, Mano rodou. 

Passou pela base do Inter, em 2000 e 2001, conquistou o título gaúcho de 2002 pelo Guarani-VA (apenas com clubes do Interior, houve depois um Supercampeonato Gaúcho, vencido pelo Inter), o 15 de Campo Bom, em 2004, o Caxias, em 2005, e o Grêmio, iniciando uma trajetória que todos já conhecem. 

Na base de tudo isso, no entanto, está o estágio que virou amizade sólida com Autuori. Uma amizade que está promovendo sua volta ao Beira-Rio, 20 anos depois.