Foram 40 minutos de lucidez e até um jogo concatenado. Mas aí veio uma falha de Vanderson, o gol do Atlético-GO e o desmoronamento coletivo que mantém a agrura gremista. São 27 rodadas do Brasileirão na zona de rebaixamento, a penúltima colocação e uma contagem regressiva que turva cada vez mais o futuro. O rebaixamento assombra os gremistas e parece se avizinhar.
O efeito Vagner Mancini e Dênis Abrahão, que criou uma onda positiva e a mobilização de todos os contextos do clube, se esfumou na noite goiana. Será preciso reconstruir o time e o emocional para reagir em uma semana que começa com o Palmeiras, na Arena, segue com o líder Atlético-MG, no Mineirão, e fecha com o Gre-Nal no Beira-Rio. Serão nove pontos que poderão apontar o caminho gremista nas últimas nove rodadas.
Há um combo que levou o Grêmio a se esfarelar diante do Atlético-GO. Primeiro, Vagner Mancini é o quarto técnico do time, o que foi buscado em outubro para salvar o time do desastre. Ou seja, o Grêmio teve um novo reset a dois meses do fim da temporada.
Mancini chegou e elegeu pelo nome e pela idade. Paulo Miranda, na quarta temporada no clube sem nunca ter sido efetivo, virou titular. Diego Souza, mesmo pouco participativo e lento, começou como nove e virou meia. Luiz Fernando reapareceu e, mais do que isso, entrou. Rafinha, improvisado na lateral-esquerda e com status de grande liderança, é mais protagonista em atritos do que com a bola.
Para completar, Mancini fez as mudanças erradas, desarrumou o time e viu a parte técnica se esvair com a emocional. O caldo disso tudo é um time ainda em busca de uma identidade, já que passou por quatro técnicos diferentes, e sem a confiança para sair do buraco em que foi metido por uma sucessão de erros neste 2021.