A frustração do empate com o Bragantino não foi apenas pelo gol aos 49 minutos do segundo tempo. Acrescente-se a isso a roteiro com que se construía a vitória. Primeiro, porque o time que terminou a partida tinha oito jogadores com idade sub-23 e uma média de idade de 24,6 anos.
Segundo, porque esse time com cara de renovação fechou a noite com apenas três titulares em campo (Cuesta, Saravia e Yuri Alberto), em uma amostra do trabalho de Diego Aguirre e do plano da direção de apostar na renovação contínua, que sinaliza que o projeto apresentado lá atrás saiu do papel. Só que, do outro lado, havia um Bragantino que, mesmo com desfalques importantes, como Artur, Praxedes e Ytalo, foi perigoso o tempo inteiro.
Duelo de modelos
O primeiro tempo já havia mostrado a força do emergente mais encorpado surgido no futebol brasileiro nos últimos anos. O Bragantino tem uma ideia clara de futebol. Maurício Barbieri adota o jogo de posição desde sua chegada ao clube, no ano passado, e faz ótimo uso dos seus conceitos. O que fez o jogo virar palco de um confronto de dois modelos distintos.
Diego Aguirre cedeu a bola ao time de Barbieri e apostou nas transições rápidas. Saiu vitorioso para o intervalo, graças a uma roubada de bola de Saravia e triangulação com Yuri e Mauricio, que fez o gol. No segundo tempo, o confronto foi pelo espaço.
O Inter fechou os espaços, dificultou o jogo do Bragantino e encaminhava uma vitória que poderia ser simbolizada na estreia de Kaique Rocha ou na ascensão de Mauricio. Porém, os guris de Barbieri congelaram uma noite que acabaria com o Inter no G-5 e a sexta vitória seguida em casa. Fica a frustração, mas não se pode deixar de valorizar tudo o que foi mostrado no campo, como a renovação em curso.