Foi assustador o que se viu do Inter na noite desta quarta-feira, no Beira-Rio. Desajustado, sem nenhum entrosamento e sem nenhum setor funcionando bem, perdeu para o São Paulo por 2 a 0.
E o mais impressionante é que poderia ter sido pior. Por sorte, o adversário vem também numa onda ruim. Tanto é que fazia quase um mês que não vencia — a última vitória foi no 9 a 1 sobre o 4 de julho, do Piauí, em 8 de junho, pela Copa do Brasil. Mas saiu de Porto Alegre revigorado graças às debilidades de um Inter que defendeu mal, atacou de forma bissexta e conseguiu a proeza de jogar com um meio-campo fantasma.
É verdade que pesaram muito as ausências de Edenilson e Cuesta, suspensos e com a ficha limpa para o Gre-Nal. Os dois são, neste momento, os principais jogadores do Inter e também os principais armadores da equipe. Mas é verdade também que as escolhas de Diego Aguirre para montar a equipe foram equivocadas.
Johnny, embora tenha feito a função de meia na base, não é o jogador para substituir Edenilson. Na zaga, a escolha por encaixar os três zagueiros foi errada. Lucas Ribeiro está em crise técnica e Pedro Henrique carece de mais lapidação. Bruno Méndez, como lateral-direito, foi nulo porque não soube atacar e ainda defendeu mal. Na frente, Caio Vidal perdeu as duas únicas oportunidades de gol, duas oportunidades, aliás, muito vivas. E Yuri Alberto foi um solitário jogador tentando se virar contra os zagueiros.
A luta de Yuri simboliza o que foi o Inter, um time sem qualquer conexão entre si e que saiu de campo numa das noites mais gris deste novo Beira-Rio. A prova é que o 2 a 0 foi lucro.