Tiago Nunes nem chegou a ser presente. Mas virou passado no Grêmio neste domingo (4), depois de perder para o Atlético-GO por 1 a 0. Caiu porque fez dois pontos apenas em 21. Caiu porque, em sete jogos, teve cinco derrotas em um lote de jogos contra times que, tirando o Santos, são emergentes. Caiu porque se repetiu em erros de escolhas e acabou submetido a uma hierarquia de vestiário enquanto jovens sedentos por chance pediam passagem.
O epílogo de Tiago Nunes foi um resumo desses últimos 30 dias no cargo. O junho que derrubou-o foi pontuado por escolhas equivocadas e insistência com alguns nomes. Tiago caiu abraçado a jogadores de baixo rendimento e muito cartaz. Diego Souza, embora seja o goleador, precisa de uma reciclagem. Cortez e Diogo Barbosa se alternam sem solucionar a lateral esquerda. No domingo, um jogou e o outro ficou no banco. O mais promissor, Guilherme Guedes, viu a partida de casa.
A lista de atletas em crise técnica pode ser acrescida de Matheus Henrique, um jogador que, nessa ideia, atuando como um meio-campista por dentro nessa linha de quatro, carece de características para a função. O técnico que chegou com a missão de iniciar um novo ciclo ficou preso ao anterior e a nomes de peso no vestiário. E ficou preso sozinho. O respaldo para fazer as mudanças deveria ter chegado de forma mais pública. O vestiário gremista ganhou muito e isso fez dele uma estrutura muito sólida.
Para completar, na noite deste domingo, Tiago ainda fez escolhas equivocadas na tentativa de corrigir o time. Alisson é um nome que provoca calafrios na torcida. Mas foi ele o chamado para entrar no lugar de Ferreirinha no segundo tempo. Darlan e Vanderson, clamados pela torcida, só ingressaram aos 40 do segundo tempo. Tudo isso provocou o caldo que afogou Tiago Nunes.
O problema, é bom deixar bem claro, não está só nele e em sua comissão. O Grêmio precisa rever, com urgência, a sua política de futebol. Ou melhor, a falta dela. No cenário atual, a sombra do Z-4 começa a assustar. Faltam 43 pontos para espantar esse fantasma. O que exige 46% de aproveitamento daqui para a frente. O Grêmio está proibido de errar.