Aos poucos, com o tempo que o futebol exige, o Inter de Miguel Ángel Ramírez vai melhorando suas feições e apresentando performance. Nesta quarta-feira (5), com um estreante Taison de meia e como capitão, a equipe gaúcha amassou o Olimpia com um 6 a 1.
É verdade, o Rey de Copas paraguaio é hoje uma camisa pesada à procura de um time. Mas, contra adversários assim, o que se deve fazer é justamente isso que o Inter fez: controlar as ações, desmontá-lo com transições rápidas e empurrá-lo contra o seu gol até que ele ceda.
A noite de goleada foi também aquela em que os colorados mostraram o maior repertório. Articularam desde a defesa, aceleraram, principalmente com Taison, a partir da intermediária, marcaram alto e roubaram a bola próximo do gol, tiveram variações nas construções pelos lados e esfarelaram a estratégia do técnico Sérgio Ortemann, de fechar caminhos e especular em contra-ataques rápidos.
Isso até aconteceu, mas só nos primeiros seis ou sete minutos de jogo. A partir daí, o Inter se apoderou do jogo com autoridade técnica e moral. O que foi encolhendo os paraguaios em campo. O primeiro tempo acabou em 1 a 0, em gol de Cuesta numa jogada de bola aérea treinada, como se percebe pelo movimento de Zé Gabriel. O Olimpia, pode-se dizer, saiu no lucro.
Qualidade
Os 45 minutos finais tiveram o mesmo padrão de qualidade, só que com gols. Dá para escolher por onde enaltecer a noite colorada. Pode ser pela fome goleadora de um time que não administra resultado, pelo acréscimo de qualidade trazido por Taison, pelas repetidas boas atuações de Cuesta e Edenilson, o autor do segundo gol, pelo resgate, nas mãos de Ramírez, de Galhardo, autor do terceiro e do quarto gols (o sétimo na temporada, em 10 jogos).
Ou ainda pode ser valorizada pelo gol de placa de Caio Vidal, numa acrobática bicicleta, e pela volta de Saravia, com cruzamento para gol. Até Marcos Guilherme, sempre criticado, teve boa produção no 6 a 1. Uma prova de que a jornada colorada foi especial e de que, em futebol, não existe milagre. Nenhum time nasce do dia para a noite. Nem mesmo nessas noites mágicas, como foi a desta quarta-feira no Beira-Rio.