A direção do Inter encaminhará para o Conselho Fiscal o balanço de 2020 do clube. Os resultados mostram que a pandemia bateu muito forte nas contas coloradas e agravaram a situação financeira. O déficit estimado em R$ 63 milhões baterá entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões.
Aqui, é preciso ressalvar que o excedente se dá pelo fato de parte do dinheiro dos direitos de transmissão do Brasileirão terem ingressado no caixa apenas agora, no começo de 2021, pelo alongamento da temporada. Isso representa um montante de cerca de R$ 20 milhões. Mesmo com essa ressalva, o fato é que a situação financeira do Inter impede grandes voos no mercado. Pelo contrário.
O clube precisará fazer vendas na janela de julho. Duas, pelo menos. Há no orçamento para 2021 a estimativa de que essa rubrica renda R$ 90 milhões. Inicialmente, seriam R$ 115, mas a nova gestão reduziu em R$ 25 milhões essa projeção, até para que as perdas de jogadores não sejam tão impactantes no vestiário. Porém, esse valor terá de vir de cortes em todas as áreas. O futebol, por exemplo, precisará reduzir despesas anuais em R$ 25 milhões.
CHEGADAS E SAÍDAS
Isso determina que o Inter seja ainda mais criterioso no mercado em busca de contratações. Novos jogadores só virão em um modelo de negócio como foi o adotado com Carlos Palacios, com a compra de parte dos direitos parceladas e novas frações previstas ao longo do contrato. Se alguma aquisição exigir pagamento à vista, o Inter está fora do páreo. A ordem no Beira-Rio é aprofundar ainda mais a pesquisa e o uso de dados na buscar de reforços para Miguel Ramírez.
As notícias de negociações no Inter, aliás, serão mais para saídas do que chegadas. O clube precisará elevar o enxugamento da folha. O final de contrato de jogadores como D'Alessandro e Valdívia e as rescisões acertadas até aqui com os laterais Natanael, Uendel, Zeca e Dudu já reduziram em cerca de R$ 3 milhões o custo mensal. Mas é preciso fazer mais cortes. Marcos Guilherme, Lindoso, Thiago Galhardo e de um dos goleiros mais rodados, por exemplo, são casos de sobreposição no grupo. Abel Hernández, se topar redução salarial, pode permanecer. Rodinei, com contrato até 31 de maio, não será comprado por 4 milhões de euros.