Pode-se dizer que a volta do Grêmio a La Fortaleza, na noite desta quinta, é o começo da caminhada de Tiago Nunes no comando da equipe. Embora ele já tenha ficado à beira do gramado contra o Ypiranga, no sábado, é preciso colocar um asterisco gigante na estatística porque chega a ser cruel contabilizar para um técnico um jogo no qual ele teve apenas um treino e nem sequer pôde trabalhar com aqueles que seriam os titulares no dia seguinte.
Por isso, tudo começa no confronto com o Lanús. Tiago teve mais tempo para conhecer seus comandados, iniciar avaliações e implementar suas primeiras medidas. As presenças de Geromel e Maicon na delegação dão estofo e uma mão segura ao novo técnico. São duas referências técnicas e anímicas. Não à toa, são capitães do time.
Tiago deu mostras na sua lista de concentrados de que partirá de uma base mais experimentada. Nomes que pareciam fora do radar reapareceram, como Everton e Luiz Fernando. Um deles ficou com o lugar que vinha sendo de Elias Manoel. Além de Geromel, o técnico relacionou Ruan e Paulo Miranda. Como esse atuou do lado esquerdo em Erechim, é possível que siga para encarar o Lanús. Outro que ficou de fora foi Victor Bobsin. Além de Maicon e Matheus, Lucas Silva, Thiago Santos e Darlan foram os eleitos para completar a lista de volantes.
As primeiras escolhas de Tiago, além de engrossar a casca do grupo, sinalizam, também, um movimento para ampliar seu leque de observações. O novo técnico adota como postura dar oportunidade a todos. No que está correto. Para quem chega a um vestiário com lideranças fortes, cancelar nomes sem nem dar-lhes o direito de mostrar trabalho não sinaliza empatia.
Esse é um movimento típico de começo de caminhada. Embora estejamos batendo na porta de maio, o ano na Arena está começando de novo. Tanto é que, nesta noite, pode-se considerar o Lanús como a estreia do novo técnico.
Definições
Enquanto o time está em Buenos Aires, o trabalho de avaliação e de definições no grupo principal segue em ritmo intenso em Porto Alegre. Nesta semana, reuniões definirão, por exemplo, se o técnico Thiago Gomes será promovido e virará assistente de Tiago Nunes ou se seguirá no time de transição, agora sub-21.
Se Thiago subir, o clube pode buscar internamente um substituto, alguém que já acompanhe de longa data a trajetória dos guris que estarão chegando à antessala do profissional. Como o plano do presidente Romildo Bolzan Júnior é apostar forte na base, esse virou um posto chave no clube.
Definições 2
As reuniões no CT Luiz Carvalho definirão, também, quais guris promovidos no começo da temporada seguirão no grupo principal. Há possibilidade de que alguns deles, de posições em que há sobreposição, desçam para o transição, como forma de evitar que fiquem apenas treinando.
Os zagueiros Emanuel e Heitor, por exemplo, são a sexta e sétima alternativas neste momento. Outra posição com muitas opções é a de volante. Além de Maicon e Matheus, há Thiago Santos, Darlan e Lucas Silva. Victor Bobsin e Fernando Henrique estariam no final dessa fila. No ataque, Elias Manoel e Guilherme Azevedo têm uma concorrência forte. A favor da gurizada, no entanto, está o projeto do clube de alargar o gargalo no aproveitamento de jovens.