Miguel Ángel Ramírez pegou a BR-116 Sul e deve ter voltado para Porto Alegre com algumas boas impressões e apontamentos para fazer à gurizada do Inter. O 2 a 2 sofrido no último minuto tirou o 100% neste começo do Gauchão e deixou a primeira lição para quem está começando a vida no profissional.
Uma desatenção na marcação, principalmente de Guilherme Pato, permitiu que o lateral do Pelotas, Marcelo, construísse a jogada do gol. Guilherme, até esse momento, se afirmava como um dos bons nomes deste Inter sub-20. Foi dele o cruzamento na cabeça de Jhonny para o primeiro gol. Também foram dele algumas das boas jogadas da equipe. Mas ninguém jogou tanto quanto Lucas Ramos. O Inter está lançando um meia de alta qualidade e com potencial para ser, logo ali adiante, dono de lugar no time.
Lucas, gaúcho de Sarandi e buscado pelo Inter ainda na iniciação, ou seja, antes dos 13 anos, já era uma das promessas dessa geração 2000/2001. Só não foi à Copa São Paulo por questões internas e por estar negociando a renovação. Mas já em 2020 subiu para treinar com o grupo principal e iniciar um processo de transição para o grupo principal. O Inter também desenvolveu um programa de trabalho específico para ele, com o objetivo de dar-lhe mais potência física e sustentação para aguentar o jogo entre adultos. Lucas pode jogar até mesmo de camisa 5, como fez na base, mas é como um meia de chegada que se sai melhor. Além disso, tem uma virtude rara nos dias de hoje, a qualidade com a bola parada.
Ramírez também viu uma dupla de zaga firme e com boa saída. Pedro Henrique e o canhoto João Félix encararam os atacantes rodados do Interior e se saíram a contento. A noite na Boca do Lobo também teve Daniel como personagem. Dessa vez, no entanto, com uma falha grosseira no primeiro gol dos pelotenses. O que, pelo que mostrou na estreia e em boa parte do jogo na Boca do Lobo, pareceu algo acidental. No fechamento das contas, foi positivo o saldo do que o novo técnico viu na sua primeira experiência no Interior.