Poucos conhecem tão bem o meia Maurício como o auxiliar técnico James Freitas. Em meio ao Mineiro de 2019, James colocou o olho no guri em um treino entre os reservas e o sub-20 na Toca da Raposa II.
Ao final do trabalho, encostou em Mano Menezes e frisou a atuação de Maurício no treino e reforçou sua personalidade para repetir, entre os adultos, o que já fazia no time sub-20. Dias depois, ele estava integrado ao grupo principal. Nem havia completado 18 anos ainda.
Mano sempre apostou alto no guri. Tanto que, em julho, o lançou no time principal, em jogo contra o Bahia, pelo Brasileirão. Na semifinal da Copa do Brasil, contra o Inter, o colocou no segundo tempo. O problema de Maurício é, a partir desse jogo, em agosto de 2019, o Cruzeiro entrou em parafuso.
Depois de Mano, vieram seis técnico, o que atrapalhou seu desenvolvimento. Com Ontem, pouco depois de chegar de Santos a Salvador, James, agora auxiliar de Mano no Bahia, conversou com a coluna sobre a nova contratação do Inter.
Quem é Maurício?
Esse jogador chegou ao Cruzeiro em 2018, vindo do Desportivo Brasil. Veio com outros dois jogadores, um deles o Ederson, agora no Corinthians. Ele chegou como meia-armador, rapidamente se destacou no sub-20. Em um treino que fizemos do sub-20 contra a equipe principal, chamei a atenção do Mano em relação à qualidade dele. O Mano gostou, e acabamos subindo-o. Isso foi ainda em meio ao Estadual. Logo, ele começou a desempenhar bem nos treinos, mesmo ainda sendo sub-18. Começou a se destacar como meia e o usamos na segunda linha, pelo lado direito. Preferimos assim para usar o chute de esquerda dele.
Na seleção sub-20, ele é um meia central. Você acredita que, no esquema do Coudet, ele pode fazer qual função na linha de três meias?
O Maurício é versátil, pode jogar tanto na posição hoje ocupada pelo Marcos Guilherme, na direita, quanto na do Boschilia, agora ocupada pelo Edenilson, no centro. Ele tem recursos técnicos, tem qualidade. Ainda está em formação, desenvolverá mais a questão física e tem lastro para aprimorar a condição técnica, que muito boa. A parte orgânica, ainda vai amadurecer mais nos próximos anos. Não tenho dúvida de que o Inter faz uma aquisição de grande qualidade, por tudo o que vivemos com ele lá no Cruzeiro.
Quando você fala em segunda linha, é em um 4-2-3-1 ou no 4-4-2?
Jogamos muito no 4-2-3-1 e também com duas linhas de quatro, quando o Mano o usou de segundo atacante. Na linha de três meias, ele fazia pela direita e também por trás do centroavante. Nessas duas posições foi muito utilizado. Para você ter ideia, ele estreou no time principal em 22 de julho, aqui em Salvador, contra o Bahia. Não sentiu o jogo, foi muito bem e passou a ter maior importância no no nosso grupo.
Na seleção sub-20, Maurício faz um meia mais ofensivo, que recua pouco. Ele consegue fazer o trabalho do Boschilia, de jogar entre as duas áreas?
É muito boa essa sua colocação. O Maurício, é bom que o torcedor tenha isso em mente, ainda está maturando fisicamente. Pode ter alguma dificuldade em cumprir, no esquema do Inter, a função dos lados, hoje feita pelo Patrick e pelo Marcos Guilherme, uma posição que demanda muita energia física. Talvez ele não seja muito utilizado nessas funções e mais na do Boschilia, pelo centro do campo. À medida em que for evoluindo fisicamente, poderá fazer tranquilamente. A força física não é sua principal virtude justamente por ainda estar em formação.
Ele é um jogador de boa bola parada?
Bate bem na bola, tem essa virtude. Treinava cobranças de falta, tem esse quesito a seu favor, treinava falta. No sub-20, ele era o cobrador de faltas. Se você for observar, foi destaque na Copa do Brasil Sub-20 de 2019. Logo que subiu, pouco desceu para reforçar o sub-20. Depois de nossa saída, o Rogério Ceni o usou bastante.
Como é o extracampo dele?
É um menino de excelente formação familiar, é inteligente, sempre foi aplicado. O pessoal da base o usava como referência para os demais garotos, em função de ser exemplar no dia a dia, na dedicação aos treinos e no comportamento.