Renato esfrega as mãos à espera de Gastón Ramírez, o meia uruguaio de 29 anos que o Grêmio está importando da Sampdoria. Não espere um pensador, um jogador daqueles capaz de colocar a bola sob o pé e indicar os caminhos do jogo. Ramírez é um camisa 10 menos analógico e mais alinhado com o futebol físico e vertical dos dias atuais. Claro que levou do Peñarol e da escola uruguaia a qualidade técnica, o trato com a bola e, principalmente, a solução rápida a partir da habilidade e da inventividade.
Gastón surgiu no Peñarol em 2008. Apenas dois anos depois de trocar a tranquila Fray Bentos, às margens do Rio Uruguai por Los Aromos, o bucólico CT do Peñarol nas bordas de Montevidéu. Ganhou o título uruguaio a temporada 2009/2010 e tomou o caminho do Bologna. A volta à América do Sul se dá uma década depois, com passagens por Itália e Inglaterra. Ramírez sempre foi tratado no Uuguai como um potencial camisa 10 para a Celeste Olímpica. Tanto que ganhou vaga no grupo para a Copa de 2014 e já era apontado ao lado de Lodeiro,como um candidato à sucessão de Forlán. O seu azar é que, no ciclo seguinte, Óscar Tabárez ganhou uma variedade de meio-campistas. O principal deles, Arrascaeta.
Ramírez ainda disputou a Copa América de 2016, nos EUA, e chegou a ser chamado no grupo para a Copa de 2018, sendo cortado antes da lista definitiva. Deu sequência à sua vida com a volta ao futebol italiano, pela Sampdoria. Fez gols importantes, alguns deles em cobranças de falta, uma de suas virtudes. Nesta temporada, tem sido utilizado como um segundo atacante, mais pelo lado direito.
Para Renato, ele representa a chance de retomar uma ideia de jogo dos tempos dourados de 2016 e 2017, nos quais Douglas e Luan foram armadores que conduziam o time e pisavam na área para conferir o que tinham arquitetado alguns passes antes.