A eleição do Inter ajudará com que o clube dê um passo gigantesco na luta pela igualdade de gênero. A médica veterinária Lenize Soares Doval, 57 anos, será a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente do Conselho Deliberativo do clube em 111 anos de história.
Lenize entrou no Conselho em 2018, pelo movimento Povo do Clube. Dois meses depois, foi eleita em março de 2019 como primeira secretária na Mesa do Conselho. Integrou a chapa de consenso que tinha José Aquino Flôres de Camargo como presidente e Guinther Spode como vice. Como Aquino se licenciou há 10 dias para concorrer à presidência do clube e Guinther fez o mesmo para ser o candidato do Movimento Inter Grande, caberá à Lenize conduzir uma das eleições mais renhidas do Inter.
Aliás, caberá às mulheres capitanear esse processo eleitoral. A engenheira civil Luciana Paulo Gomes, 55 anos, segunda secretária, assume como vice do Conselho. Lenize e Luciana já haviam feito história ao serem eleitas as duas mulheres para compor a Mesa.
Para se ter uma ideia do que representa a ascensão das mulheres à presidência do Conselho, a presença feminina no plenário só começou a se tornar maior a partir de 2008, quando Camila Satt Oliveira foi a mais jovem a assumir uma cadeira — Dulce Ballvé, viúva do ex-presidente Frederico Arnaldo Ballvé, já havia sido eleita. Hoje, pela lista publicada no site oficial, são 27 mulheres no Conselho.
Lenize reconhece a representatividade histórica desse passo dado pelo clube.
— Não é a Lenize, mas a mulher colorada, que vai ao estádio, que sofre com o preconceito. É uma quebra de paradigma, uma grande vitória (das mulheres) — diz Lenize, a mulher que comandará a eleição mais quente do Inter nas últimas décadas.