Foi um Gre-Nal azul. Totalmente azul. Com superioridade total no primeiro tempo e controle total no segundo, o Grêmio fez 2 a 0 no Inter, ganhou o segundo turno e está na final do Gauchão. Mais do que a possibilidade de conquistar o único título possível no ano, reiterou a sua supremacia sobre o rival, numa série que chega a nove clássicos seguido sem perder. Na Arena, este predomínio é ainda maior, são 16.
O fato é que no quarto Gre-Nal do ano, o roteiro pouco se alterou de, pelo menos, três anteriores. Renato Portaluppi mais uma vez engessou o Inter de Eduardo Coudet, tirou seus espaços, cortou suas linhas de passes, avançando a marcação, e ditou os caminhos do jogo. Com Maicon em cima de Edenilson, Alisson e Everton vigiando os lados e Jean Pyerre e Diego Souza pressionando os zagueiros, obrigou o Inter a usar do jogo direto.
Criou um roteiro que se repetiu o primeiro tempo inteiro. A bola viajava da defesa colorada, Geromel, em noite de luxo, e Kannemann ganhavam a disputa, e assim se iniciava a construção ofensiva que, geralmente, acabava em lance de perigo.
O 0 a 0 do primeiro tempo foi injusto. Diego Souza e Everton, empenhado em fazer da sua noite de despedida algo marcante, já mereciam o gol. Que veio no começo do segundo tempo, com Maicon escorando dentro da pequena área, em lance que mostrava o quanto o Grêmio dominava o campo e o jogo.
O segundo gol veio em falha de Moisés que caiu nos pés de Isaque, uma das boas notícias do clássico. O Inter, morno e submetido a uma marcação e a um trauma contra o rival, desmoronou técnica e mentalmente. Teve Patrick avançando sobre Orejuela e um fechou o jogo desnorteado. Tão desnorteado que o 2 a 0 saiu barato. A caminhada de Coudet ainda é longa.