O Flamengo pode acabar a noite desta quarta-feira (8) como campeão. Mas, mais do que o jogo, a torcida anseia pela entrevista coletiva que virá depois dele. Nem a entrega da taça será mais importante do que a palavra de Jorge Jesus, o português que guindou o clube a um padrão europeu de futebol.
Em Lisboa, a informação é de que o Benfica deseja repatriá-lo ao custo de 7 milhões de euros (R$ 42,1 milhões) anuais. Algo como R$ 3,5 milhões por mês, ou R$ 116 mil por dia. Dinheiro não falta no Estádio da Luz. Na temporada passada, o meia-atacante João Félix foi vendido por 126 milhões de euros.
A questão é saber se Jesus, tricampeão nacional e cinco vezes campeão da Copa da Liga pelo clube, ouviu dos dirigentes do Benfica a promessa de que esse dinheiro em caixa será usado, também, para montar um time capaz de recolocá-lo entre os grandes da Europa. Hoje, o Benfica faz parte de um segundo escalão — e aqui há uma dose de boa vontade do colunista.
Voltar a Lisboa para brigar com o Porto pela hegemonia no país seria uma reprise de um filme que ele já protagonizou. Se essa for a ambição do Benfica, os dirigentes do Flamengo podem ficar descansados. Mesmo que esteja na América do Sul e com salário que, em euros, é a metade do oferecido pelos seus conterrâneos, aqui Jesus tem perspectivas continentais, que podem colocá-lo, outra vez, em condições de encarar um Liverpool da vida.