A dificuldade da Adidas em quitar a parcela do mês com o Flamengo não causa assombro no Inter. Por uma razão simples. O clube gaúcho, ao fechar com a multinacional alemã, adotou como modelo de negócio o fornecimento de material — ao contrário dos cariocas, que assinaram um contrato de patrocínio, nos mesmos moldes da parceria firmada pelo Colorado com a Nike entre 2011 e 2019.
A relação que se iniciou em janeiro consiste em 40 mil peças entregues pela Adidas no Beira-Rio e royalties de 27% de tudo o que for vendido de material da marca vinculado ao Inter. Esse percentual, é bom que se diga, é valor que a empresa recebe e não do valor de etiqueta, em que há um percentual acrescido pelo lojista.
Os primeiros três meses do casamento com a Adidas foram alvissareiros. O Inter contabilizou a venda expressiva de camisetas, um sinal de que o novo fornecedor caiu nas graças do torcedor.
A meta para 2020 era comercializar 270 mil peças em 2020 — incluído nessa conta outros produtos da linha colorada, embora o grosso das vendas sejam mesmo as camisetas oficiais. A paralisação forçada pela quarentena, que completará um mês na quarta-feira, atrapalhará essa projeção.
Porém, estas primeiras semanas com o comércio fechado canalizaram as compras dos torcedores para a loja virtual. Em comparação a março do ano passado, elas foram 100% maiores. Evidentemente, não compensam o movimento das lojas físicas, mas servem como bom consolo para a direção.