Um psiquiatra talvez resolva a questão do Inter. A depressão pós-Copa do Brasil colocou o clube numa espiral negativa que, agora, até a Pré-Libertadores, que parecia tão certa como o dia depois da noite, está ameaçada. Depois do empate heroico com o Fortaleza, veio a derrota de 2 a 1 para o Goiás.
Ou seja, os seis pontos disputados em casa que poderiam abrir o portal da vaga direta e do G-4 viraram um só, que fazem a realidade se aproximar de uma gloriosa Copa Sul-Americana. Que, convenhamos, está do tamanho do futebol apresentado pelo Inter desde que perdeu o título para o Athletico-PR.
Depois daquele 18 de setembro que parece sem fim, foram apenas quatro vitórias, sobre os rebaixados Avaí e Chape, o Bahia e o Fluminense. A crise existencial fez a direção tomar decisões equivocadas, como a troca de técnico, a chegada de um tampão e a contratação de um efetivo apenas para 2020.
Tudo isso dá caras de fim de ano precoce quando o time precisava acelerar para escalar a tabela. A depressão também fez jogadores despencarem de rendimentos e algumas certezas se esfarelarem. Contra o Goiás, até mesmo nomes incontestáveis afundaram. Lomba fez a sua pior atuação em três anos de Inter. Falhou em um gol e só não entregou mais dois em lances bisonhos por que a sorte o bafejou.
Edenilson corre demais e produz de menos desde as finais da Copa do Brasil. Uendel afundou de vez. Heitor, que busca o jogo, está exposto. D'Alessandro está longe de ser o ponto de desequilíbrio que se espera. Sarrafiore, pedido à exaustão, entrou para salvar um jogo que tinha parecia desenhado para ter o final que teve.
Salvam-se poucos neste Inter confuso e perdido no labirinto que ele próprio criou. Talvez Moledo, Cuesta e Guerrero. É pouco, mas isso explica por que a Sul-Americana já bate nos calcanhares do Inter.