No fim de semana, o Estudiantes de La Plata inaugurou o novo estádio Jorge Luis Hirschi, o Uno y 57, como chamam a sua casa os torcedores, em virtude de estar localizado nas esquinas das ruas que levam esses números. Foram 14 anos de obras, bancadas com recursos próprios inicialmente e um empréstimo de US$ 5 milhões feito junto ao Itaú no ano passado, para finalizar.
Coube a Juan Sebastián Verón ser o presidente que finalizaria o sonhado estádio. Filho de um craque tricampeão da América na virada dos 1960 e 1970, ídolo do clube nos anos 90, ele voltou na década passada para ganhar o tetra da Libertadores.
Agora, entra na história de vez por entregar ao torcedor um estádio para 30 mil pessoas com selo verde e totalmente digitalizado, com wi-fi em todos os setores, algo raro na América do Sul. Com a nova casa, o Estudiantes deixa apenas para os registros a velha casa, que entrou na história do Grêmio por abrigar, em 1983, a Batalha de La Plata.
Estive nesse antigo Jorge Luis Hirschi em 1997, em um 0 a 0 pela Supercopa da Libertadores. O estádio conservava a estrutura daquela noite de 1983, com arquibancadas tubulares avançando sobre o muro e a calçada, árvores em seu entorno, cabines precárias.
Ou seja, tinha o mesmo aspecto de alçapão que fez o Grêmio, em 1983, escrever um dos capítulos de sua história. O jogo foi cercado de tensão e hostilidades dos argentinos, revoltados com imagens registadas um ano antes, de aviões ingleses abastecendo em Canoas, antes de tomar o caminho das Malvinas.
No campo, a violência grassou. O centroavante Caio, depois de tanto apanhar a caminho do vestiário, no intervalo, não conseguiu voltar. Depois de fazer 3 a 1, com o gol de Renato, aos 18 do segundo tempo, o time gaúcho cedeu o 3 a 3 para os argentinos, que atuavam com sete jogadores apenas, devido a quatro expulsões.