Depois de um período de silêncio, enquanto o gramado da Arena era alvo de críticas (corretas) na Copa América, o presidente da Arena Porto-Alegrense, Mauro Guilherme Araújo, se pronunciou sobre o tema. Mauro visitou o programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, e, ao final dele, atendeu à Coluna. Não descartou piso sintético e previu a recuperação plena da grama em até 30 dias. Confira.
Que gramado o Grêmio encontrará na Arena nesta quarta-feira (10)?
Acho que pegará um gramado melhor. Ele ainda não está em sua plenitude, mas em condições superiores ao que estava em jogos anteriores (da Copa América), já que teve um rápido descanso. Conseguimos fazer alguns manejos que foram possíveis nesta última semana. Seguiremos evoluindo no tratamento, ressemearemos a grama de inverno. A expectativa é de que saímos desse período de frio (extremo) para que ela germine. Ainda não está a temperatura ideal. Mas, em seguida, ela ameniza, e a grama conseguirá se desenvolver. Daqui para a frente, teremos um hiato de quase 11 dias sem jogos. Nesse período, haverá uma melhora significativa.
Dá para prever quando a Arena terá um gramado de alto padrão, como já teve?
Acho que precisará, se os fatores climáticos ajudarem, de 30 dias. Talvez até antes tenhamos um gramado bastante vistoso.
É questão de solo também, além da falta de sol?
O solo não tem nenhuma interferência. A base da Arena foi toda tratada, colocamos muita areia. Tem uma camada muito boa. O problema da Arena é a questão da iluminação natural, agravada pelas características climáticas da região, com frio em excesso. Isso afeta demais. Procuramos fazer um uso racional do campo por isso. Neste ano, tivemos o desenvolvimento tardio da semente (de inverno) que plantamos. Ela é de alta qualidade, vem dos Oregon, nos EUA, é a mesma que abastece todas as outras arenas do brasil. Todas as outras arenas sentiram (a questão do clima). Houve uma diferença de comportamento dessa semente de inverno nesse período de disputa da Copa América.
A Arena diminuiu o investimento no gramado?
O orçamento continua o mesmo, não tivemos redução (de gastos) em relação ao gramado. Investimos o que é necessário investir. No ano passado, esses valores foram maiores porque troquei o gramado duas vezes. Fizemos a troca no inverno, colocamos um piso que era excelente, mas que ficou impermeável. Quando chovia, alagava. Isso nunca tinha acontecido na história do estádio. Tivemos de tirar e substituir por outro piso, e é esse que está aí. Por isso, o custo aumentou. Não pretendemos, neste ano, trocar o gramado. Vamos é fazer o manejo normal no final do ano. Se houver alguma área afetada, fazemos a troca parcial naquele espaço.
Quanto é gasto anualmente com o gramado?
O valor é em torno de R$ 1,3 milhão. No ano passado foi maior por cauda da substituição. No dia a dia, o gramado gera um consumo muito alto.
A Arena pretende comprar mais placas de iluminação?
Temos um projeto original, oriundo de um planejamento. Houve um estudo, compramos as torres dentro daquilo que exigia esse estudo de luminosidade do gramado, para a suplementação da iluminação. À medida em que foi feito o uso dessas torres, renovamos as lâmpadas. O equipamento que temos hoje atende à demanda. Com a dificuldade da grama de germinar e crescer ali dentro, estamos pegando, de forma provisória, as placas do Athletico-PR. Faremos uma análise e, se houver um resultado positivo, podemos adquiri-las em definitivo. Essas placas foram usadas na Arena da Baixada em 2014, na inauguração, e ficou sem uso com a troca para grama sintética. Eles querem vendê-las.
A grama sintética está no horizonte da Arena?
Ela nunca sai do horizonte. Estamos sempre pensando na melhor alternativa para o gramado da Arena. A grama sintética é uma alternativa também. Lógico, ela tendo qualidades. Mas sabemos que há pontos que não são tão bons. Às vezes, o atleta reclama um pouco. É preciso ponderar os benefícios e as dificuldades da grama sintética.
A torcida reclama bastante das dificuldades para chegar e sair da região do estádio. Como é possível atuar para melhorar isso e causar menos desconforto?
Acho que tem melhorado bastante já. Estamos sempre em acordo com as autoridades em relação a trânsito e segurança, há reuniões que pautam essas questões de acessos. Com as obras no entorno e quando acabar a nova ponte do Guaíba, ajudará muito na mobilidade. Vai evoluindo. Está melhor do que era e vai ficar melhor do que hoje.
Alguma solução prevista para o Estacionamento E2, cuja saída é um tormento para torcida?
Depois que tivermos as obras do entorno, o escoamento do público vai melhorar.
O Grêmio aposta na compra da gestão da Arena ainda neste ano. Como se posiciona a OAS?
Sempre tivemos um compromisso com o Grêmio, de conseguir deixar de pé um acordo que fizesse sentido para as duas partes. É complexo (a negociação). Não existe só nós dois, depende de fatores externos ao Grêmio e à OAS. Se sair, e espero que saia, será de forma muito amigável essa passagem de bastão.