Aos 29 anos, Bruno Collaço já rodou bastante atrás da bola. Saiu do Grêmio em 2012 e passou por Náutico, Chapecoense, Joinville, Juventude e Brasil-Pel. Entre 2014 e 2017, esteve no Sochaux, da França. Mesmo com essa quilometragem, vive uma experiência única no Paysandu, em um Brasil ao qual nós, aqui da parte de baixo, quase desconhecemos.
Adaptado e feliz em Belém, o gaúcho de São Leopoldo é uma das armas do clube paraense para enfrentar o Inter, nesta quinta. Por telefone, Bruno conversou com a coluna.
Como está sendo essa experiência de morar no Norte, de viver em Belém?
Está sendo bem bacana, uma experiência bem legal. O Paysandu é um clube de massa, sem dúvida é o maior da região, tem uma torcida enorme e um estrutura muito boa, bem melhor do que imaginava. Tenho conseguido jogar, participar bastante. O projeto do clube é voltar à Série B, para isso trouxe muitos jogadores que sempre frequentaram essa divisão e contam com passagens pela Série A. Temos tudo para fazer uma boa campanha.
E viver em Belém, que é uma cidade histórica e carrega de forma intensa a cultura do Norte, como tem sido?
Cheguei em janeiro, no início da temporada (assinou até o final da Série C). É bem diferente, é Amazônia mesmo. Em termos de adaptação foi bem tranquilo. Os costumes são diferentes, a culinária é diferente. Mas o acolhimento do povo é muito grande. São pessoas de uma simplicidade ímpar. Eles são mais humildes do que são as pessoas no Sul, por exemplo. Isso faz com que te acolham com muito carinho. Eu e minha mulher já fizemos muitos amigos em Belém, estamos felizes demais.
Quando estive aí, ouvia muito sobre o pato no tucupi, prato tradicional da culinária paraense. Já experimentou?
Não, ainda não. Mas açaí, sim (risos). Aqui se come muito açaí, com a comida, com peixe. Em quase tudo vai açaí.
Belém tem uma região histórica muito conservada e, claro, a Amazônia como vizinha. Já deu para explorar a cidade?
A gente conheceu pouco, ficamos mais dentro da cidade mesmo. A única saída foi até a Ilha do Combu, para chegar lá é preciso atravessar os canais (o Rio Guamá). Fomos lá para almoçar nos restaurantes da ilha. Depois, quando finalizar a temporada, pretendo explorar muito a fundo a região, viajar um pouco. O futebol te permite esse tipo de vivência, de conhecer, de explorar lugares distintos. Minha mulher me ajuda muito nesse entendimento. Quando vamos morar em algum lugar, chegamos com a cabeça pronta.
E o calor, como tem sido para um gaúcho?
Desde que cheguei, em janeiro, estamos no inverno deles. Faz mais de 30ºC e chove muito, praticamente todos os dias. Deu para contar nos dedos os dias em que não choveu. Pelo que todo mundo fala, em junho ou julho é que o calor aumentará. Estamos preparando a gauchada para sofrer um pouco (risos).
Como está o Paysandu nesta temporada?
Começamos bem o Estadual, até a semifinal éramos os únicos invictos e donos do melhor ataque e da melhor defesa. Tudo estava indo muito bem, mas enfrentamos o Independente na semi. No jogo de ida, choveu o dia inteiro, e a partida foi disputada em um gramado sem condições. Perdemos e, na volta, vencemos, mas caímos nos pênaltis. Mas estamos dando resposta na Série C, não saímos do G-4 até agora. Temos ciência de que o principal objetivo é o acesso.
Qual a ideia para superar o confronto com o Inter?
É um grande desafio, um dos maiores deste ano. Nem precisa falar do Inter, todos conhecem a força do clube. Estamos nos preparando para suportar bem no Beira-Rio, tentar dificultar ao máximo a vida do Inter para, na volta, impor nosso jogo. Em Belém, a atmosfera é diferente, tem a questão do clima. Por isso, o plano é sofrer o menos possível e levar a decisão para nossa casa.