Yan Sasse calou o Maracanã. E fez a Restinga gritar de orgulho. Aos 21 anos, o meia-atacante, autor do gol do 2 a 1 do Vasco, no domingo (7), contrariou o desejo da torcida ao ser chamado para substituir Rossi. Ouviu as vaias ao técnico Alberto Valentim pela sua escolha antes de vivenciar o momento mais especial de sua curta carreira.
Na verdade, nem tão curta. Aos nove anos, Yan começou no Inter. Saiu antes dos 14, conta o pai, Luciano Sasse. Parou no RB Brasil, clube paulista bancado pela gigante de energéticos. Dois anos depois, chegou ao Coritiba. Não demorou para voltar ao Inter e fazer o coração do pai, colorado, acelerar. No Beira-Rio, treinou algumas semanas no time B.
Quando foi chamado para assinar contrato, já estava a caminho do Coritiba, cuja oferta incluía entrar direto nos profissionais. No Couto Pereira, ganhou o olhar especial de Carpegiani. Yan fechou 2018 com cinco gols em 31 jogos. Em crise financeira, o clube decidiu valorizá-lo fora do Couto Pereira. O gol de domingo foi o segundo pelo Vasco — havia feito um na Juazeirense, pela Copa do Brasil. É pouco ainda, mas tem valor de mil para o pai.
Na segunda-feira (8), Yan foi o assunto na Restinga. Principalmente no Churrascoqueiro, o churrasquinho que Luciano toca em frente ao terminal de ônibus e batizado assim pelo coqueiro existente no meio da loja.
Yan mudou o rumo das prosas no bairro, presente na pauta nos últimos dias pela guerra do tráfico. A Restinga, mais do que nunca, precisa dos seus heróis. Yan Sasse é só um deles. Segue os passos de Tinga, o maior de todos. Aliás, Yan é filho de uma prima de Tinga. Lá atrás, ouviu muitos dos seus conselhos. Assim, impulsionada por seus filhos, a Restinga segue em frente.