O herói do bicampeonato gaúcho do Grêmio não é um novato nessa arte de pegar pênaltis. No Flamengo, subiu para os profissionais e, quando ganhou espaço, teve destaque dessa forma. Mais até do que quando precisava intervir com a bola rolando. O tempo passou e, aos 32 anos, PV, como é chamado, conseguiu sua afirmação definitiva no cenário brasileiro.
No início do ano, em uma entrevista com o preparador Rogério Godoy, ele havia me alertado de que veríamos o time usando mais o goleiro para trocas de passes e transição com a bola. Herança dos tempos de centroavante.
Paulo Victor, o goleiro que pegou três pênaltis para dar o bi gaúcho ao Grêmio, começou na base do Flamengo como camisa 9. Inspirava-se no pai, Vidotti, reserva de Casagrante em um Corinthians que ainda tinha Zenon, Sócrates e Wladimir.
A vida de atacante acabou por acaso. Em um jogo, foi preciso que ele pegasse as luvas e assumisse o gol. Nunca mais saiu de lá.
Fora de campo, Paulo Victor também brilha. Em Assis, sua cidade natal, no interior de São Paulo, comanda projeto social para 1,8 mil crianças. Sua única exigência a elas para jogar em sua escolinha: estudar.