Uma festa para europeus. O novo Mundial de Clubes representa o fim de qualquer esperança de um clube sul-americano ser o dono do planeta. Se já estava abismal a diferença no modelo vigente, quando tudo se decidia em 90 minutos e havia a esperança de uma jornada de exceção, imagina a partir da edição de 2021, quando serão oito europeus. Ou seja, se passar por um Real Madrid, logo poderá vir um Manchester City, um Barcelona ou um Bayern de Munique.
O lado bom dessa mudança é que o Grêmio, como campeão da América de 2017, deve ser um dos 24 times que estrearão o novo formato. A notícia do momento é que a Conmebol pretende colocar os quatro campeões da Libertadores de 2017 a 2021 e agrega imenso valor à Sul-Americana, destinando duas vagas no Mundial aos dois melhores de um playoff entre os quatro vencedores mais recentes.
Em um cenário local, é evidente que trata-se de um grande negócio para os clubes sul-americanos. Agora, observando o aspecto técnico, vamos combinar que só um milagre trará a taça para o lado de cá do Atlântico. Sem contar que um ciclo de quatro anos é longo demais e ultrapassa o prazo de validade times sul-americanos, cujo processo de sobrevivência é formar, colocar na vitrine e vender. Aliás, quando apenas seis meses separavam a final da Libertadores do Mundial, o campeão da América já chegava para a competição com algumas cirurgias na equipe.
A decisão da Fifa ao mudar o Mundial é puramente comercial. Nem esconde isso, ao justificar a mudança pelo alcance mundial dos grandes europeus. Nesse cenário, só há uma chance de vermos um sul-americano voltar a ser campeão: é os europeus cumprirem a ameaça de boicote, feita na carta assinada pelos seus 15 maiores clubes e entregue à Fifa.