A conversa da coluna desta sexta-feira (15) é com um dos goleadores do Gauchão: Marcão, do São Luiz. Aos 33 anos, o baiano de Salvador conta que encontrou a felicidade em Ijuí. Depois de rodar o Brasil e morar até em Dubai, diz se sentir em casa no noroeste gaúcho. Tanto que já faz planos para voltar. Confira.
Como está sendo a experiência de jogar o Gauchão?
Boa demais. O Gauchão dá grande visibilidade. Nunca havia jogado por clube daqui, só contra. Consegui me adaptar logo.
Como surgiu Ijuí em sua vida?
É tudo muito novo, mas era um desafio que queria para a minha vida. Tinha propostas de outros clubes, mas aceitei vir para o São Luiz por acreditar no projeto. Quando cheguei, fui abraçado pela diretoria e pela comissão técnica. Me senti muito feliz, como não me sentia no futebol havia algum tempo. Me reencontrei. Essa felicidade, levo para o campo.
Por que você estava infeliz com o futebol?
Por escolhas erradas. No início do ano passado, me acertei com o CRB, de Alagoas. Não fui feliz por lá, me falaram que seria uma coisa e, quando acabou, era outra. No Guarani, de Campinas, não me senti feliz. A última temporada foi para esquecer. Bom, passado é passado. Precisava de um desafio novo. Aceitei vir para Ijuí, todos confiaram em mim e, graças a Deus, estou correspondendo. Quero chegar mais longe.
Você já tinha ouvido falar de Ijuí, do São Luiz?
Já tinha escutado, sim. O goleiro Oliveira, meu amigo, jogou aqui, tinha elogiado a cidade e o clube, disse que era organizado, pagava certinho, em dia. Quando surgiu a oferta do São Luiz, me lembrei do que o Oliveira tinha comentado comigo.
Percebo que você está curtindo muito a vida no interior gaúcho.
Sim, está muito legal. Morei em Curitiba, Floripa, Goiânia, entre outras capitais. Passei até por Dubai. Mas aqui é diferente, as pessoas te tratam bem. Me abraçaram. Não só a mim, mas o grupo todo. Estou muito feliz aqui, é um lugar seguro, dá para sair à meia-noite e caminhar na rua sem medo. Não tem a violência de Salvador, por exemplo, onde nasci. Minha mulher (Geovana) e a minha filha (Maria Clara, um ano e meio) estão adorando.
E o seu momento, como goleador e autor de metade dos gols do time?
É um momento bom, né? Todos estão me ajudando. Não conseguiria fazer isso sozinho. Tudo veio naturalmente. Quando você está feliz, as coisas acontecem.
Seu contrato com o São Luiz acaba no final do Gauchão. Será a hora de deixar Ijuí. Está preparado?
Vamos buscar vaga na Série D de 2020. Se conseguirmos, quero voltar no ano que vem, para um calendário maior. Me sinto bem, estou em casa aqui.
Com essa adaptação tão rápida, o baiano já adotou o chimarrão?
Não (risos). Não me arrisquei ainda. Aliás, nem churrasco eu comi. O Delmar (Blatt, vice diretor de futebol) prometeu fazer um churrasco pra mim. Até agora, nada. Estou cobrando dele.