Marcelo Gallardo completou em julho quatro anos no comando do River Plate. Daquele time de sua estreia, contra o Ferrocarril, pela Copa Argentina, há dois remanescentes: o zagueiro Maidana e o volante Ponzio. Desde lá, Gallardo montou, com critério e carta branca para contratar, um time multicampeão. Com status de manager europeu, garimpou os jogadores de que precisava para criar a principal força do futebol argentino no momento. A seguir, veja como e quando chegou cada peça do rival do Grêmio na Libertadores.
Armani
O River vivia um problema no gol. Barovero, ídolo e campeão da América, havia saído. Lux, o sucessor, fracassou. Em janeiro, o River desceu em Medellín com US$ 3,9 milhões na mala e voltou com Armani, 31 anos. Argentino, só havia jogado uma temporada no país, no Deportivo Merlo, na B metropolitana, a terceira divisão nacional, quando foi comprado pelo Nacional aos 20 anos. Armani voltou ao país, resolveu o problema do gol do River e também da seleção. Foi titular no jogo decisivo contra a Nigéria e contra a França e está nesta nova fase com Lionel Scaloni.
Montiel
Tem 21 anos e chegou ao River aos 10. Zagueiro de origem, foi promovido por Gallardo em 2016. Fez algumas partidas e saiu do radar até metade de 2017. Voltou do Mundial Sub-20 e virou a surpresa de Gallardo para a semifinal contra o Lanús, ao ganhar a posição do paraguaio Moreira. No jogo decisivo, fez um dos gols. Mas também o pênalti que decretou o 4 a 2. "Cachete (bochecha)" Montiel caiu nas graças do técnico. Dias atrás, ele o definiu como "Bombeiro", por estar "sempre pronto para apagar incêndios em qualquer posição".
Maidana
É um dos pilares do River. Passou com o clube pelo pior momento da sua história, no rebaixamento de 2011, e ajudou-o a se reerguer liderando-o desde a área. Maidana, 33 anos e 1m85cm, chegou em 2010, vindo do Banfield (enfrentou o Inter naquele ano, na Libertadores). Seus direitos, porém, eram do Metalist-UCR. Em seu primeiro Boca x River, ele fez o gol no 1 a 0 e caiu nas graças da torcida.
Pinola
Era um terceiro zagueiro travestido de lateral-esquerdo naquele Rosario Central que eliminou o Grêmio na Libertadores de 2016. Em junho de 2017, o River bancou a multa rescisória de US$ 1,5 milhão e o tirou de Rosário. Gallardo pediu-o para encaixá-lo ao lado de Maidana. Nos primeiros meses, Pinola cometeu erros em sequência. Mas, neste ano, recuperou o nível. Aos 35 anos, esteve na Europa entre 2002 e 2015, atuando por Atlético de Madrid e Nuremberg-ALE.
Casco
Tem 30 anos e está no River desde 2015, quando foi comprado ao Newell’s. No segundo semestre de 2017, perdeu a posição para o uruguaio Saracchi, 20 anos, que havia chegado como aposta do Danubio. Saracchi foi para o RB Leipzig, e Casco reassumiu a posição. É ofensivo e ambidestro, tendo o pé direito como preferencial.
Ponzio
Voltou ao River em 2012, para tirar o clube da Segunda Divisão. Havia atuado em Núñez entre 2007 e 2009, quando retornou ao Zaragoza-ESP. É o mais velho do grupo, com 36 anos. Conforme definiu Gallardo dias atrás, ele dá a impressão de ficar melhor a cada temporada. É uma espécie de Pirlo argentino. Recuou para a frente da área e, com sua qualidade no passe e noção de espaço,é quem começa tudo nesse River.
Nacho Fernández
Chegou ao River no início de 2016, como principal revelação do Campeonato Argentino, pelo Gimnasia La Plata. Na ocasião, custou US$ 2,7 milhões por 70% dos direitos. Há um ano, o River prorrogou seu contrato até o final de 2021 e estipulou a rescisão em 15 milhões de euros. Tem 28 anos, 1m82cm e pé calibrado para cobrar faltas e escanteios. Joga aberto pela direita no tripé de volantes de Gallardo.
Exequiel Palacios
Faz 20 anos nesta sexta-feira (5) e se trata da mais nova joia do futebol argentino. Atua pela esquerda no meio-campo e foi promovido por Gallardo aos 16 anos, no final de 2015. É outra cria das categorias de base do River. Joga com naturalidade e sem medo. Sua atuação na Bombonera, no 2 a 0 no clássico teve frieza de veterano e futebol de adulto. Foi dele a jogada para o gol, de Pitty Martinez. Estreou pela seleção depois da Copa e deve enfrentar o Brasil na Arábia. Seu contrato acaba em 2021, e o clube tenta renovar até 2023. Simeone colocou o olho nele para levá- lo ao Atlético de Madrid. A multa é de 15 milhões de euros.
Pitty Martinez
Chegou ao River em janeiro de 2015, depois de brilhar pelo Huracán na Segunda Divisão argentina. Era o sonho de consumo de Gallardo para melhorar o time que recém havia vencido a Copa Sul-Americana. Sonho de US$ 4 milhões por 70% dos direitos. Suas atuações em 2018 o levaram à seleção. Pitty tem 25 anos e se firma como a referência técnica do time. Seu contrato vai até junho de 2020, mas poucos apostam que vire o ano em Núñez. Seu preço: o padrão no River, 15 milhões de euros.
Lucas Pratto
Gallardo ainda buscava um substituto que fechasse totalmente o buraco deixado pela saída de Lucas Alário para o Bayer Leverkusen. Scocco veio do Newell’s e, embora os gols nos mata-matas da Libertadores, nunca preencheu tudo o que o técnico pretendia. Por isso, Gallardo insistiu para ter Pratto. Os 11,5 milhões de euros pagos ao São Paulo representam a segunda maior transação do futebol argentino em todos os tempos, só atrás da volta de Riquelme ao Boca, vindo do Villarreal. Depois de começo vacilante, Pratto confirmou o alto investimento.
Santos Borré
Colombiano, 23 anos recém completados, curiosamente no dia do aniversário do Grêmio, trata-se de uma aposta com dedo de Gallardo. Borré chegou na metade de 2017, como reforço para um ataque que havia perdido Alário e Driussi. O River pagou 3 milhões de euros por 50% dos direitos ao Atlético de Madrid. Formado pelo Deportivo Cali, brilhou no Colombiano de 2015 e foi garimpado por Diego Simeone. O espanhóis pagaram 6 milhões por ele. Emprestaram-no ao Deportivo Cali e ao Villarreal, para dar-lhe rodagem. Quando voltou a Madri, foi para arrumar as malas e se mudar para Buenos Aires. Neste segundo semestre, ele se firmou e ganhou lugar no time.
Na reserva
Zagueiros
Luciano Lollo e Martínez Quarta
Volantes
Bruno Zuculini e Camilo Mayada
Meias
Enzo Pérez, Juan Quintero e Nico de la Cruz
Atacantes
Scocco e Rodrigo Mora