O presidente do Conselho Deliberativo do Inter, Sérgio Juchem, definirá nesta quinta-feira (11) a data da sessão histórica que definirá o futuro dos quatro dirigentes da Gestão Piffero denunciados pela Comissão Especial. Segundo Juchem, ela será no dia 23, 24 horas depois da partida contra o Santos, ou no dia 24.
Se encerra nesta quarta-feira (10) o prazo para apresentação de defesa por escrito por parte dos ex-presidentes Vitorio Piffero e dos ex-dirigentes Pedro Afatatto, ex-primeiro vice e ex-vice de finanças, Alexandre Limeira, ex-vice de administração, e Emídio Marques Ferreira, ex-vice de patrimônio. Até as 15h30min, apenas Limeira e Marques haviam entregue suas defesas.
O movimento INove protocolou no Conselho requerimento em que pede que a sessão seja transmitida ao vivo para todos os associados e que os votos sejam nominais. Uma reunião nesta quinta-feira decidirá sobre esses dois temas.
A denúncia de 83 páginas elaborada pela Comissão Especial é o resultado de 11 meses de trabalho e apontou 15 fatos. Seis deles configuraram, no entender dela, gestão irregular ou temerária, conforme normas definidas pela Lei do Profut. Os principais estão relacionados aos adiantamentos de recursos no caixa do clube pela vice-presidência de finanças para pagamento de obras no Beira-Rio e somaram cerca de R$ 10 milhões, todos concentrados em cinco empresas que tinham ligações entre si, conforme já havia antecipado o GDI É citada na denúncia a falta de controle por parte da clube para liberação de adiantamentos e os alertas feito pelo Conselho Fiscal ao então presidente Vitorio Piffero para que revisse essa prática. Por esses pontos, Piffero, Affatato e Emídio foram responsabilizados por gestão temerária ou irregular.
Um outro fato aponta a contratação de serviços da Rodoseg para colocação de guard-rails no entorno do estádio. A empresa pertence à família de Affatato, o que é infringe a Lei do Profut, que veta a contratação de serviços de empresas ligadas a dirigentes. Limeira acabou denunciado por abuso nos gastos com o cartão de crédito corporativo do clube em almoços e jantares, em valor que ultrapassou R$ 80 mil. Em sua defesa, Limeira aponta que seu cartão corporativo bancava as contas nas reuniões de diretoria feitas em restaurantes.
Segundo Juchem, a tendência é de que apenas Limeira e Emídio usem os 10 minutos disponíveis para se defender diante dos conselheiros na sessão de votação da denúncia. Uma sessão que será histórica.