O ano de 2016 acabará no Inter na primeira quinzena de outubro. É o prazo que o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Sérgio Juchem, determinou para levar à plenário o julgamento da decisão extraída pela Comissão Especial montada para investigar irregularidades na Gestão Piffero.
No final da tarde de segunda-feira (24), Juchem recebeu do conselheiro e presidente da Comissão Especial, Ubaldo Flores, um documento com 83 páginas, resultado de 11 meses de trabalho de investigações sobre atos da gestão 2015/2016. Não se trata de um relatório, mas de uma decisão. A Comissão, conforme o novo regulamento geral do clube, modificado em 2017 e alinhado com as exigências do Profut, tem esse poder. A Comissão, no entanto, encaminhou para apreciação do Conselho o seu posicionamento.
No documento, foram apontados 15 fatos. Alguns observam apenas erros de processo, mas a maioria detecta atos de gestão irregular ou temerária, cujo enquadramento pela Lei do Profut prevê aos responsáveis 10 anos de afastamento dos responsáveis de entidades esportivas. Foram denunciados pela Comissão oito dirigentes integrantes da gestão 2015/2016: o presidente Vitorio Piffero, o primeiro vice-presidente e vice de finanças, Pedro Affatato, o segundo vice-presidente e vice de marketing, Luiz Henrique Nuñez de Oliveira, o vice de administração Alexandre Limeira, o vice de patrimônio Emídio Ferreira, o vice do Parque Gigante Geraldo Luiz de Almeida, o vice jurídico Giovani Gazen, e o responsável pela Controladoria e Transparência, Sandro Farias.
Em contato por telefone com a coluna, Juchem revelou os próximos passos até o que ele define como "julgamento" no Conselho. Até o meio-dia desta terça-feira, os oito dirigentes seriam intimados a se manifestar, por escrito, em um prazo de 10 dias úteis. A intimação é enviada com cópia da decisão da Comissão, para que tenham ciência de que atos estão sendo responsabilizados.
Vencido esse prazo, Juchem enviará convocação aos conselheiros para sessão extraordinária, exclusiva para votação da decisão da Comissão. Os conselheiros receberão uma cópia do documento e também a defesa por escrito dos dirigentes envolvidos. No dia do julgamento, os oito denunciados terão o direito a se manifestar antes da votação.
– Vamos assegurar isso (a manifestação). A ideia é oferecer a mais ampla chance de defesa. Estamos nos posicionando como magistrados nessa hora. É uma situação inédita, vamos funcionar como órgão julgador. Isso será inédito na vida do Conselho até onde sei – disse o presidente do CD.