Em março de 2013, à época gerente das categorias de base do Grêmio, Júnior Chávare buscou Everton em Fortaleza. Conhecia-o de suas andanças pelo Brasil afora como observador da Juventus, da Itália. Havia visto o atacante jogar em torneio de base e também recebido boas referências dele numa varredura que fez visitando as categorias de base de clubes das Séries A, B e C. Hoje gerente executivo do Tubarão-SC, Chávare conversou com a coluna e previu um futuro em um dos gigantes europeus para Everton. Confira o papo.
Como você chegou ao Everton?
Havia visto-o jogar em torneios de base regionais e tinha ouvido referências boas. Quando cheguei ao Grêmio, trouxe-o naquele lote em que vieram jogadores como Alex Telles, Bressan, Follman, Paulinho e Ramiro, do Juventude, Luan e Guilherme Amorin, do interior paulista, Wallace, do Avaí. Tinha muita convicção do Everton. Em 2014, concedi entrevista a ZH e apostei que se tornaria um dos maiores atacantes do Brasil. Na época, fui até ridicularizado. Chamava a atenção o dinamismo dele, a verticalidade em direção ao gol.
O que o fez ficar tão decisivo?
Para o Everton, jogar uma pelada de casado contra solteiro, um Gre-Nal decisivo ou a final da Libertadores é o mesmo. Ele tem personalidade, presença. Chegou com algumas variáveis a serem trabalhadas e, no projeto Lapidar, tratamos de ajustar sua tomada d decisões na hora de resolver o lance. Ele sempre teve a entrega, a velocidade e foi ganhando na parte física e nos conceitos táticos. Veio como juvenil e, no fim do ano, estava no Brasileirão Sub-20. Depois, com idade sub-20, estava no profissional. Sempre se desafiou, vive disso. É um menino fantástico, centrado, profissional e sempre focado no que deve fazer.
Foi dura a adaptação dele ao futebol gaúcho?
O Everton chegou em março, mas tivemos naquele ano o pior inverno da última década. Imagina para ele, que saiu de 40ºC, encarar 2º, 3ºC? Arrumava mala toda a semana, queria ir embora, fugir. Ameaçava pegar táxi e ir para a Rodoviária. Umas duas vezes por semana ia na minha sala querendo voltar para Fortaleza Eu dizia: "Calma, as coisas vão melhorar".
O que você prevê para o futuro imediato dele?
É é jogador para gigante europeu. Já atua em um gigante nacional e vai para um gigante europeu. Não é só a posição em que joga, de extrema. É o perfil. Everton é atrevido. Pode mandar um chute na bandeirinha de escanteio e, na próxima, acertar o ângulo porque não tem medo. Trata-se do tipo de jogador de partidas difíceis, cresce, tem personalidade. As dificuldades que superou na vida só consolidaram o crescimento dele. Está em processo natural de maturação física, mental e psicológica. Mantem todas essas valências simétricas. Isso vai fazer diferença. Aliás já faz. Agora, tomou conta, a camisa é dele.
Quanto o Grêmio pode ganhar com Everton?
Se falar qualquer coisa. O (presidente Romildo) Bolzan me mata. Mas o Everton é patamar de Arthur, que teve valorização pela questão técnica. O Everton terá por ser agudo, decisivo.