O Brasil-Pel começa neste sábado, em Florianópolis, contra o Avaí, um périplo pela Série B equivalente a quase duas voltas ao mundo. A pedido da coluna, o preparador físico do Xavante, João Goulart, calculou quanto o time percorrerá nas 19 rodadas fora de casa na Série B. O número impressionou até o próprio João: 78.790 quilômetros.
Como uma volta completa na Terra, considerada a circunferência na linha do Equador, tem 40.075 quilômetros, faltarão apenas 1.360 quilômetros para duas voltas completas ao mundo. O que agrava a situação do Brasil, mais do que estar no Sul, é ter de sair quase do extremo do país para jogar. A cada viagem, cumpre 520 quilômetros de estrada para vir de Pelotas até Porto Alegre e voltar. O que representa mais cinco ou seis horas de estrada.
A ideia, segundo o preparador físico, é repetir a logística adotada nos dois primeiros anos na Série B. Se o jogo é no sábado, a delegação deixa Pelotas na quinta-feira, dorme na Capital e embarca nas primeiras horas da manhã até seu destino.
– A estratégia é cuidar da alimentação, principalmente logo depois do jogo, e muitas horas de sono. Até porque boa parte das viagens de avião começam muito cedo – diz o preparador.
Para quem está em Pelotas, uma simples ida para Florianópolis já se torna um desafio. Como a companhia aérea que server os clubes não tem mais voos direto de Porto Alegre para a capital catarinense, o Brasil precisaria cumprir um périplo: Pelotas-Porto Alegre, de ônibus, e depois Porto Alegre-São Paulo-Florianópolis. O mesmo seria feito na volta, domingo. Assim, a delegação achou mais conveniente ir de ônibus para enfrentar o Avaí. A delegação deixará Pelotas nesta quinta-feira, dormirá na Capital e pegará a BR-101 logo cedo nesta sexta-feira. No total, 10 horas de estrada.
Na próxima quinta-feira, a viagem será mais longa. O Brasil deixa Pelotas, dorme em Porto Alegre mais uma vez e atravessa o Brasil para encarar o Paysandu, no sábado, em Belém. Serão 8.566 quilômetros, ida e volta. A chegada a Pelotas está prevista para a noite de domingo, 48 horas antes de entrar em campo contra o Figueirense, no Bento Freitas. O que só confirma: a vida é dura na Série B não apenas dentro do campo.