
Guto Ferreira completa nesta quinta-feira 155 dias no comando do Inter. Nesse período, tirou o time do buraco, deu-lhe um padrão tático, colocou-o no lugar devido, na liderança da Série B, e viu-o oscilar e ser manjado pelos adversários. E é por essa razão que tenho dificuldades de compreender a ausência de Nico López como titular.
O uruguaio não é um devotado jogador tático, é verdade. Longe disso. Até Melhorou nesse quesito. Mas se percebe à distância seu esforço descomunal para correr atrás de laterais, fechar espaços no meio e combater o adversário com vigor. Nico é jogador de bola, gosta de tê-la nos pés, de ficar com o máximo possível com ela, de levá-la para casa se necessário. Pode parecer contraditório nesses dias de futebol estudado e com rigor tático, mas vejo que é preciso ter um jogador como Nico na equipe.
É esse tipo de jogador que vai desequilibrar quando a disciplina dos marcadores tornar a partida igual e até monótona. É esse jogador que quebrará as linhas, como gostam de falar os técnicos. Quebrar as linhas, amigo, é o que até pouco tempo se chamava driblar. Nico tem essa virtude. Podem perceber que, quando entra no time, sempre protagoniza, pelo menos, um lance individual, cria uma chance de gol, uma jogada fora da curva.
Nico não virou um craque do dia para a noite. Nada disso, Mas no cenário atual do Inter não vejo razão para estar de fora desse Inter que se tornou previsível, com esquema e saídas ao ataque conhecidos. No sábado, contra o Ceará, dava para diagnosticar com 20 minutos de jogo que o Inter teria dificuldades diante daquela marcação severa. Era a hora de lançar Nico , para criar alguma desordem. Guto precisa criar alternativas táticas. E o jogador para isso é Nico López. Ele não pode ser reserva nesse time, vamos combinar. Tampouco entrar faltando 25 minutos.