O centroavante da final de 2007 confia no Tri. O paulista Tuta, aos 43 anos, curte a aposentadoria no Rio. Mas não se desvincula do Grêmio. Mesmo tendo jogado apenas uma temporada no clube, ele segue ligado nos movimentos do clube e promete, nesta noite, ser mais um a emanar energias positivas pelo tri da América.
— Agradeço muito ao Grêmio. Em Porto Alegre, nasceu minha filha, vivi um momento bom no clube. Não fui campeão da Libertadores, que era meu sonho. Mas ganhei o Gauchão — diz, por telefone.
Tuta estava no time que caiu para o Boca na última final do Grêmio. Hoje, revela que atuou na final sem as melhores condições. Havia se machucado contra o Botafogo, às vésperas da semifinal com o Santos, e não houve tempo de ficar totalmente recuperado para a decisão.
— Joguei machucado. Fui meia-boca para a final, não estava 100%. Não sei se iria fazer a diferença mas que seria melhor jogar inteiro, isso é inquestionável — ressalta.
Sobre aquele time de 2007, as recordações são as melhores. Havia uma harmonia no grupo, que contava com nomes experientes como os argentinos Saja e Schiavi, os volantes Gavilán e Sandro Goiano e o meia Tcheco. A eles, se uniam jovens como Lucas Leiva, Carlos Eduardo e Diego Souza.
— O time era bom demais. A gente decidia em casa, no Olímpico fazíamos o resultado. Sem contar que o ambiente do grupo era gostoso — recorda.
Tuta encerrou a carreira em 2015, no Taboão da Serra. Atendeu ao convite do clube para ser uma espécie de guia da gurizada, dar palestras e passar sua experiência. Acabou entrando em campo, mas a rotina de treinos, concentrações e as dores acabaram vencendo. Trabalhou por alguns meses como agente no escritório de um empresário, mas enfastiou-se com a avidez de garotos que nem estrearam pelo profissional e cobram ganhos com se fossem jogadores afirmados.
O ex-centroavante fez curso de treinador e pensa, agora, em se matricular no curso da CBF. Não descarta, no futuro, voltar ao futebol caso surja um convite para ser auxiliar técnico. Por enquanto, a bola para ele é só diversão nas peladas do condomínio em que mora na Península, um dos metros quadrados mais concorridos da Barra da Tijuca. Ali, critica os vizinhos e, em tom de brincadeira, devolve as cobranças que eles faziam quando defendeu grandes como Grêmio, Fluminense, Flamengo e Palmeiras.
A relação com o Rio Grande do Sul vai além do Grêmio. Casado com a gaúcha Janaína e pai da Gabriela, "que nasceu no Hospital Moinhos de Vento", e da pequena Daniela, de um ano e nove meses, Tuta costuma visitar os sogros todos os anos em Santo Ângelo. Aproveita sempre para matar a saudade dos amigos no CT Luiz Carvalho e colocar as conversas em dia sobre o clube.