O Inter foi assustador contra o Boa. Melancólico como é para um clube do seu tamanho ter de encarar um jogo contra um adversário de segunda linha, em um estádio conhecido como Melão, com arquibancadas vazias e em Varginha, uma cidade quase intrusa no mapa do futebol brasileiro. A impressão é de que o Inter se constrangeu em ter de cumprir esse genuíno compromisso de Série B e se esqueceu de jogar futebol.
O preço disso foi que adiou em mais uma rodada o fim de sua penitência na Segunda Divisão. Fica para os registros históricos que nessa passagem pela Série B fez apenas um ponto em seis contra o Boa. E esse ponto, diante da péssima atuação, até deve ser comemorado. O Inter jogou tão pouco que ele saiu melhor do que a encomenda.
As escolhas de Guto Ferreira por Camilo aberto na esquerda e Jefferson no meio, no lugar de Edenílson, não funcionaram. Tampouco a entrada de Nico na direita e o avanço de Pottker.
Talvez Cuesta e Uendel se salvaram, porque foram importantes para evitar uma derrota para um adversário menor, que jogou no sábado e chegou a Varginha no domingo cansado pela viagem desde Natal e depois do Inter, que usou voo fretado para prolongar sua semana de descanso.
O empate talvez sirva para alertar o Inter de que, embora o acesso seja previsível, é preciso alcançá-lo para dar o ano como acabado. Varginha também deixa como lição ao Inter de que, para 2017, será preciso investir um pouco mais e reforçar o grupo para conviver na Série A.