O Grande Prêmio Bento Gonçalves completa 115 anos. Disputada exclusivamente em pista de areia, a corrida é a mais importante do Brasil para cavalos da raça puro-sangue inglês. No próximo domingo (10), o Jockey Club do Rio Grande do Sul promoverá mais uma edição no Hipódromo do Cristal, em Porto Alegre.
A origem da prova está no bairro Menino Deus. Em homenagem ao líder farroupilha Bento Gonçalves da Silva, a Associação Protectora do Turf realizou a primeira prova em 14 novembro de 1909 no Prado Rio-Grandense, que ficava na área ocupada hoje pela Secretaria da Agricultura do Estado, na Avenida Getúlio Vargas.
Comemorando a Proclamação da República, a corrida teve apoio financeiro do presidente do Estado, Carlos Barbosa, e do intendente de Porto Alegre, José Montaury. O jornal A Federação noticiou detalhes da prestigiada prova de 2.100 metros. O programa dos páreos foi impresso em fino papel cetim branco, com imagem de Carlos Barbosa. O presidente do Estado não compareceu ao prado, porque estava "levemente enfermo". Ele foi representado por Vasco Pinto Bandeira, chefe de polícia.
Depois da conclusão das apostas, uma banda executou marcha para condução dos animais ao ponto de largada. O juiz de saída foi o então tenente-coronel da Brigada Militar Affonso Massot, diretor da Protectora do Turfe.
O cavalo uruguaio Aguapehy, com o jóquei Adalberto Soares, tomou a ponta após a curva dos 1.600 metros e venceu por dois corpos o cavalo Wisdon, faturando prêmio extraordinário de 3.000$000. Para comparação, a assinatura anual do jornal A Federação custava 25$000. Os proprietários do cavalo Aguapehy premiaram o jóquei com um relógio de ouro.
O Grande Prêmio Bento Gonçalves ocorreu em 1910 no Prado Independência, no bairro Moinhos de Vento. O hipódromo na área do atual Parcão recebeu a tradicional corrida até a inauguração do Hipódromo do Cristal, em 1959.
O nome da Associação Protectora do Turf mudou para Jockey Club do Rio Grande do Sul em 1944.