Uma diversão da minha infância era mascar chicle e fazer bolas. Quanto maior, melhor. Não importava se estourava e grudava no rosto. A mãe só alertava para não engolir, porque poderia "grudar nas tripas". As marcas Ping Pong e Ploc já estiveram entre as preferidas dos brasileiros.
Lançado pela Kibon na década de 1940, o Ping Pong foi apresentado como o primeiro "chicle de bola" do Brasil. Nem todo chiclete é bom para a brincadeira. Em uma propaganda de 1958, a fabricante prometia "as maiores bolas".
O Ping Pong teve um forte concorrente, o Ploc. As duas marcas investiam em propaganda e nos álbuns de figurinhas. Meu favorito sempre foi o Ping Pong, devido ao sabor e às melhores coleções de figurinhas. Vocês vão lembrar dos álbuns das copas do mundo de futebol de 1982, 1986, 1990 e 1994. Lembro ainda das figurinhas do Pantanal e da Amazônia. Os sabores tradicionais eram tutti frutti e hortelã, mas recordo também de um de laranja.
O Ploc teve o famoso álbum de figurinhas do Atari. A Família Dinossauro, da série de TV, foi outro sucesso. A Q-Refres-Ko, fundada na década de 1960 por ex-funcionários da Kibon em São Paulo, fabricava o Ploc.
A Kibon virou sócia da operação em 1982. Com a união, a Q-Refres-Ko passou a fabricar Ploc, Ping Pong e Plets, os principais chicletes no mercado brasileiro, além de produtos como a bala Soft.
A multinacional Philip Morris, dona da Kibon, assumiu o controle da Q-Refres-Ko na década de 1990. Em 1997, o Ping Pong era a marca de chiclete mais vendida no Brasil, seguida pela Adams.
No início dos anos 2000, chegou ao mercado o Ping Pong Ploc Spiderman, as duas marcas em um produto. Ping-Pong e Ploc sumiram dos armazéns depois das trocas de controle na empresa fabricante. Em 2010, a Kraft Foods comprou a Cadbury Adams, que já tinha adquirido a operação de chicletes e doces da Philip Morris.
Ping Pong e Ploc viraram apenas lembranças.