A Coluna Prestes foi um movimento político-militar que percorreu aproximadamente 25 mil quilômetros no Brasil. Por insatisfação com o governo do presidente Artur Bernardes e o regime oligárquico, cruzou 13 estados entre 1924 e 1927. Novo livro resgata a história do início da mobilização no Rio Grande do Sul.
Em São Luiz Gonzaga: Capital da Coluna Prestes, os historiadores Anderson Iura Amaral Schmitz e Lauro Machado de Oliveira apontam que a formação ocorreu em São Luiz Gonzaga. O jovem capitão Luís Carlos Prestes fez o levante no Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo no início da noite de 28 de outubro. O 3º Regimento de Cavalaria Independente, de São Luiz Gonzaga, revoltou-se na madrugada do dia 29.
— Ninguém pensava na Coluna no início do levante. Em São Luiz Gonzaga, chegaram revoltosos derrotados em vários municípios. Passaram por treinamento militar, formaram pelotões. A Coluna Prestes foi formada no município — explica Lauro Machado de Oliveira, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de São Luiz Gonzaga.
Em 3 de novembro, as forças de Ijuí e de Santo Ângelo se deslocaram sob o comando de Prestes até São Luiz Gonzaga, que era uma cidade pequena, sem energia elétrica e saneamento. A diversão estava em um cinema que abria duas ou três vezes por semana.
Em ponto estratégico, o município virou o centro de operações das forças rebeldes. Como a ferrovia estava a 100 quilômetros de distância, ficava mais difícil a chegada das forças legalistas. A Coluna Prestes partiu, com quase 2 mil integrantes, em 27 de dezembro.
O cotidiano na cidade foi complicado naqueles dois meses. Maragatos apoiaram os revoltosos. Chimangos fugiram. Comerciantes e estancieiros tiveram prejuízos com saques e abate de animais.
Os revolucionários buscaram refúgio na Bolívia nos início de 1927. O livro será lançado hoje (25) aos sócios do Instituto Histórico e Geográfico de São Luiz Gonzaga, e sábado (26), na Feira do Livro do município.