Os almanaques comerciais podem ser considerados os "pais" das listas telefônicas e os "avôs" do Google. Em outros tempos, os grandes volumes ofereciam as listas de prestadores de serviços, lojas e indústrias das principais cidades brasileiras. Um lojista do Rio de Janeiro poderia, por exemplo, buscar fornecedores do Rio Grande do Sul com facilidade. Uma indústria gaúcha conseguia localizar potenciais revendedores para seus produtos.
Em edições anuais, editoras produziam os almanaques, que poderiam ter conteúdos variados. Nos volumes comerciais, quase tudo era propaganda, na forma de listas ou com belos anúncios ilustrados. Quem estava nas páginas era visto e lembrado.
O Almanak-Hénault (Annuario Brasileiro Commercial Ilustrado) foi um dos mais populares. Ele era vendido nas livrarias de todo o país. A primeira edição saiu em 1906, no Rio de Janeiro, com apenas 156 páginas. Depois da boa aceitação de comerciantes e industriais, chegou a ter em torno de duas mil páginas. A publicação oferecia indicadores comerciais, tarifas alfandegárias, dados sobre os estados e propagandas, milhares de propagandas.
O leitor João Campos me presentou com uma preciosidade, o Almanak-Hénault de 1912 e 1913. O farto conteúdo ajudará muito em futuras publicações do Almanaque Gaúcho. Em propagandas das lojas e indústrias gaúchas, voltamos ao início do século 20. Lembranças que nem o Google pode oferecer.