A beira da praia ficou cheia de smartphones no século 21. O veranista confere as redes sociais, coloca uma música e pode até trabalhar na sombra de um guarda-sol. No celular, chegam as últimas notícias. Você, inclusive, pode estar lendo esta coluna com os pés na areia, ouvindo o barulho das ondas do mar. Nem sempre foi assim. Os telefones foram vistos na beira do mar do Litoral gaúcho a partir da década de 1980.
Em fevereiro de 1983, a Companhia Rio-Grandense de Telecomunicações (CRT) lançou o serviço de telefone móvel em Torres. O chamado Posto de Serviço Móvel ficava na beira da praia. Um funcionário circulava pela areia com o telefone, que permitia ligações urbanas e interurbanas a cobrar ou no Telecard, por cartão de crédito. O serviço era oferecido na praia das 10h às 13h. À noite, funcionário ficava com o telefone em frente ao Hotel Farol.
Outras praias também tiveram a novidade nos verões daquela década. Em 1988, o telefone sem fio foi oferecido em Capão Novo, por exemplo. A CRT permitia as ligações das 10h às 14h, de quinta-feira a domingo. Não sei quanto custava a ligação, mas certamente não era barata.
Mesmo com público restrito, o telefone sem fio foi um avanço. Na época, poucas famílias possuíam linha telefônica na casa da praia. Quase todo mundo recorria aos orelhões ou postos da CRT. Aliás, as filas para conseguir fazer uma ligação ficarão para outra coluna.
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