Em meio aos espaços de lazer e esporte da Sogipa, em Porto Alegre, os visitantes se surpreendem com uma pequena casa. As pinturas nas paredes remetem à vida no passado. Os textos em dialeto bávaro reproduzem ditos populares. A Casa Jubiläumsheim, mais conhecida como Casa Bávara, parece ter saído de um conto germânico.
Construída ao estilo bávaro, a obra foi inaugurada nas comemorações do centenário da imigração alemã no Rio Grande do Sul, em 25 de julho de 1924. A comunidade teuto-brasileira fez doações de materiais e dinheiro.
A construção foi feita pelo grupo Die Haberer, fundado 4 de julho de 1903 para cultivar as tradições dos imigrantes, como música, dança, teatro e gastronomia. Os bávaros administravam a área de 10 hectares adquirida pelo Turnerbund, nome anterior da Sogipa, em 1910, no bairro São João.
O grupo era independente, mas mantinha relações com o clube, que tinha sede na Rua São Raphael (atual Avenida Alberto Bins). Em 8 de outubro de 1911, os bávaros realizaram no campo da Zona Norte, próximo ao final da linha do bonde, a primeira Oktoberfest do Brasil.
Natural de Lindau, na Bavária, o pintor Ferdinand Schlatter fundou a sociedade Die Haberer, formada inicialmente por nove casais e quatro solteiros. O artista pintou as paredes da Casa Jubiläumsheim (Casa Jubilar), que nos últimos cem anos é ponto de encontro do grupo, transformado em Departamento de Bávaros da Sogipa. Atualmente, são 13 casais.
— A casa materializa nossa missão de preservar usos e costumes dos imigrantes — resume o burgomestre do departamento, Renato Kops.
Quando o grupo de bávaros está em atividade no clube, sócios e visitantes conseguem entrar na casa, que guarda móveis, canecas, quadros e outros objetos antigos. Por um instante, acreditam que estão no sul da Alemanha.