O Rio dos Sinos, que levou colonos europeus a São Leopoldo, invadiu o museu que preserva o maior acervo da imigração alemã no Rio Grande do Sul. Entre os dias 4 e 5 de maio, a água tomou o térreo do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, na Avenida Dom João Becker. A instituição fica a poucos metros do ponto de desembarque dos primeiros imigrantes em 1824.
Mesmo protegido por diques, o centro da cidade do Vale do Sinos foi inundado. A equipe do museu não teve tempo para remover objetos da área de exposição para o segundo andar, onde fica a reserva técnica. No térreo, o nível da água chegou a 1m50cm. Objetos, documentos, fotografias e livros, a grande maioria em vitrines e expositores, ficaram submersos.
O maior dano, talvez sem possibilidade de recuperação, ocorreu em um piano alemão Schiedmeyer, com mais de 120 anos. A análise inicial aponta danos irreversíveis no madeiramento externo do instrumento.
A enchente danificou um quadro com pintura de Cristo e o antigo altar da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) de São Leopoldo, também com 120 anos de fabricação. A lista de itens afetados também tem instrumentos musicais, materiais esportivos, gramofone, rádios e televisores.
Na manhã de 7 de maio, uma equipe do museu, com apoio de barcos voluntários, conseguiu acessar o prédio e realocar alguns objetos do acervo para o segundo andar. Em 15 de maio, sem a inundação, uma comissão técnica conseguiu acesso ao prédio. Imediatamente, também começou o trabalho de limpeza e higienização.
O presidente do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, Cássio Tagliari, avisa que já tem data para a reabertura: 25 de julho de 2024, dia de comemoração do bicentenário da imigração alemã. Um inventário apontará os custos para a recuperação do acervo.
— Tudo tem solução, é uma questão de dinheiro, coisa que não temos. Vai dar trabalho, mas será possível salvar, até papéis. Em alguns, ficarão com marcas da enchente. As coisas mais importantes não perdemos — explica Tagliari.
O Museu Histórico Visconde de São Leopoldo foi fundado em 20 de setembro de 1959 para preservar objetos, livros, cartas, jornais, documentos e outros elementos referentes à história da imigração alemã no Rio Grande do Sul. É uma instituição privada, sem fins lucrativos, custeado por uma rede de amigos e mantenedores. O acervo conta com mais de 140 mil itens. Além da exposição aberta ao público, é um espaço para pesquisa, apresentações musicais, palestras, lançamento de livros e eventos temáticos.
Como ajudar o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo
Endereço: Rua Dom João Becker, 491, Centro, São Leopoldo
Contato pelo e-mail: museuhistoricosl@museuhistoricosl.com.br
PIX: 96.760.418/0001-76