O moinho de vento do Parcão é símbolo do bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Construído junto ao lago, virou ponto para fotos dos visitantes. A obra remete à origem daquela região da cidade. A estrutura, que não produz farinha, foi construída em 1982, dez anos após a inauguração do Parque Moinhos de Vento.
Claro, não foi o moderno monumento que deu nome ao bairro. Quem quer entender a história do Moinhos de Vento provavelmente perguntará onde ficavam os equipamentos para moagem de trigo. Olhando para a Porto Alegre do século 21, a resposta poderá surpreender: no bairro Independência.
Nos primórdios da cidade, a concentração urbana ficava no atual Centro Histórico. O entorno era ocupado por chácaras. Para produzir o pão nosso de cada dia, plantações de trigo foram cultivadas. A farinha saía dos moinhos. Na Azenha, a força vinha da água do Riacho (Arroio Dilúvio). Na parte alta, ficavam os moinhos movidos pelo vento.
No livro Porto Alegre: Guia Histórico, Sérgio da Costa Franco conta que a origem do nome da Estrada dos Moinhos de Vento estava nos moinhos de Antônio Martins Barbosa, o Barbosa Mineiro, na altura do atual cruzamento da Rua Barros Cassal com Avenida Independência. Em 1818, pelo menos um estava ali instalado, conforme ata da Câmara Municipal. Nos documentos oficiais, em 1821, outra citação faz referência a moinhos, no plural.
Franco escreveu que os equipamentos para moagem de trigo foram destruídos em 1836, por ordem militar, para evitar aproveitamento como "ponto alto de tiro" pelos farroupilhas no cerco à cidade. Provavelmente, aquele não era o único ponto com a construção de moinhos de vento em Porto Alegre.
Em 1857, vereadores trocaram para Rua Independência o nome do primeiro trecho da Estrada dos Moinhos de Vento, partindo da Santa Casa de Misericórdia. Em 1933, outro trecho do antigo caminho para Gravataí foi renomeado, virando Rua 24 de Outubro.
O bairro Moinhos de Vento ganhou o nome devido à Estrada dos Moinhos de Vento. Para relembrar desta história, o Parcão preserva o seu moinho de vento, que teve o restauro concluído no início de 2024.