A Diocese de Osório guarda uma parte importante da memória das famílias do Litoral Norte. Em novo projeto, vai restaurar 758 livros de nascimentos, casamentos e óbitos. O primeiro é de 1773, da paróquia de Santo Antônio da Patrulha. Os volumes mais antigos estão em precário estado de conservação, sem possibilidade de consulta, porque as folhas de papel podem se esfacelar nas mãos.
Como os livros também serão digitalizados, qualquer cidadão poderá procurar informações sobre seus antepassados. Milhares de páginas escritas à mão nos últimos 250 anos serão consultadas em uma tela de computador ou celular. A igreja católica teve atribuição dos registros civis no Brasil até a metade do século 19.
Nos livros, é possível descobrir a causa da morte de antepassados e datas corretas de nascimento e óbito. Os manuscritos também preservam dados dos escravos da região, o que pode ajudar na busca da história familiar da população negra local.
Com recursos captados via Lei de Incentivo à Cultura do Estado, no Sistema Pró-Cultura/RS, o cronograma prevê dois anos de trabalho. Os livros, que possuem entre cem e 250 páginas, serão enviados a ateliê em Curitiba. A especialista em conservação de obras sobre papel, Denise Zanini, explica que primeiramente será feita a eliminação de insetos em câmara de gás. Outra fase importante será de banhos em um produto químico importado, porque a tinta usada antigamente está corroendo o papel.
O bispo de Osório, dom Jaime Pedro Kohl, está entusiasmado para permitir o acesso on-line ao acervo. Certamente, ajudará muito quem monta a árvore genealógica e quer conhecer a história familiar. A Diocese abrange 21 municípios do Litoral Norte, região de forte colonização açoriana.
Pelo projeto aprovado, o investimento é de R$ 1,5 milhão, sendo que já captaram metade do valor. Agora, segue a busca por mais empresas interessadas em patrocinar o trabalho em troca de renúncia fiscal do ICMS.