O ano de 2023 fica marcado por duas enchentes históricas do Guaíba, em Porto Alegre. A cota de inundação, de três metros, voltou a ser superada no Centro Histórico. Pela medição na régua do Cais Mauá às 13h15 desta segunda-feira (20), o nível chegou a 3m19cm. As comportas do muro da Avenida Mauá e da Avenida Castello Branco precisaram ser fechadas novamente.
Desde a grande enchente de 1941, pela terceira vez a cota de inundação é superada na zona portuária. A primeira vez foi em 1967, quando bateu em 3m13cm. Sem a proteção do muro, construído na década de 1970, a água avançou pelas ruas do Centro Histórico. A enchente afetou o transporte dos ônibus e trens, deixou boa parte da cidade sem energia elétrica e causou desabastecimento de gasolina e alimentos. A água do Guaíba subiu pelos bueiros no Centro. Nos bairros Floresta, São Geraldo e Navegantes, a água chegou a 60 centímetros nas ruas.
O muro foi erguido entre 1971 e 1974, na administração do prefeito Telmo Thompson Flores. O paredão de concreto já provocou muitos debates. Em 2015, as comportas do muro foram fechadas pela prefeitura e o nível chegou a 2,94 metros, perto da cota de inundação. Com a agitação do Guaíba, a água atingiu o calçamento da área portuária.
A maior enchente desde 1941 era a de 27 de setembro de 2023. Depois de semanas de muita chuva no Estado, o nível no Cais Mauá chegou a 3m18cm. O muro e as comportas impediram a água de avançar pelas ruas do Centro Histórico. Sem proteção, a área de lazer da Orla do Guaíba foi invadida pela água.
Com a marca atingida no início da tarde desta segunda-feira, o dia 20 de novembro de 2023 já fica na história como a maior enchente desde 1941 em Porto Alegre.
Na terça-feira (21), o nível chegou a 3m46cm no Cais Mauá.
Observação: Pelo levantamento da prefeitura de Porto Alegre, nível em 1941 foi 4,75 metros. Em livros sobre a grande enchente e publicações da época, a marca consolidada é 4,76 metros.
