Você já deve ter ouvido falar de chimangos e maragatos nas comemorações da Semana Farroupilha. A confusão é comum, misturando expressões de períodos políticos diferentes. Na guerra de 1835 a 1845, a Revolução Farroupilha, farroupilhas enfrentaram os imperiais ou legalistas. Maragatos e chimangos estiveram de lados opostos na Revolução de 1923.
Chimango era o grupo governista, de Antônio Augusto Borges de Medeiros. Os maragatos estiveram com outros oposicionistas, inclusive dissidentes republicanos, ao lado de Joaquim Francisco de Assis Brasil. Chimangos usavam o lenço branco e maragatos, vermelho.
O termo maragato só surgiu no final do século 19, na Revolução Federalista, em 1893 a 1895. De forma pejorativa, republicanos classificavam como "estrangeiro" o grupo de apoio ao federalista Gaspar da Silveira Martins. A expressão está relacionada aos partidários que vieram do departamento de San José, no Uruguai, de origem na região espanhola de Maragateria.
A expressão chimango também nasceu de forma pejorativa. Chimango é uma ave de rapina. Publicado em 1915, o livro de poemas Antônio Chimango foi escrito por Amaro Juvenal, pseudônimo do médico e político Ramiro Barcellos. Ele faz um ataque a Borges de Medeiros. O termo passou a designar o grupo de apoiadores do então presidente do Rio Grande do Sul.
Para explicar quem eram maragatos e chimangos, o podcast Aconteceu no RS recebe o professor de história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Alberto Grijó. Entenda como surgiram as expressões e quais os ideais de cada grupo. Conheça também as relações entre Borges de Medeiros e Assis Brasil, que estiveram juntos e separados ao longo do tempo.